O delegado William Lourenço, da 6ª DP (Cidade Nova), ordenou a apreensão do carro da Paraíso do Tuiuti que deixou ao menos 20 feridos ao ser chocar contra as grades na concentração da Marquês de Sapucaí. Lourenço disse que a perícia do carro será concluída na manhã de segunda-feira, à luz do dia. O motorista da alegoria não permaneceu no local após o desfile, e as autoridades pediram a identificação dele por parte da escola. Mesmo assim, segundo o responsável pela investigação, é cedo para falar em culpados.
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Em princípio, de acordo com o delegado, o carro estava em condições de operar, tanto que percorreu 800 metros até a dispersão. Os peritos chegaram a andar no carro. De acordo com a promotora Carmen Eliza, que acompanha a perícia, o motorista foi identificado e será ouvido na 6ª DP (Cidade Nova). Outros integrantes da escola também serão convocados a depor.
"(O motorista) Não opera o carro sozinho, então isso também precisa ser visto com cuidado. Tudo caminha para uma falha na operação do carro, mas ainda é cedo para afirmar. Se ficar comprovado que não houve falha mecânica, essa equipe pode responder. O motorista é o principal alvo da investigação, mas não significa que seja só ele", explicou o delegado.
Em nota, a agremiação lamentou "profundamente" o ocorrido durante o seu desfile. A diretoria da escola manifestou o seu pesar e se prontificou a prestar esclarecimentos assim que as causas fossem apuradas. A escola de samba ainda prometeu "toda a assistência" às vítimas do "irreparável episódio". A Liesa, liga que organiza o desfile do Grupo Especial, também lamentou "profundamente" o acidente e informou se solidarizar com as vítimas — todas, segundo a entidade, prontamente socorridas por equipes da Secretaria Municipal de Saúde.
A Polícia Civil havia informado que iria periciar a alegoria na dispersão da Marquês de Sapucaí. O carro foi conduzido ao fundo da Praça da Apoteose para que os policiais trabalhassem sem afetar o fluxo das próximas escolas competidoras. A alegoria, isolada no local, ficou rodeada por policiais militares, policiais civis e integrantes da comissão supervisora da Prefeitura. Por fim, acabou levada para fora do Sambódromo. Os agentes trabalham na identificação do motorista do carro. O delegado William Lourenço, da 6º DP, atravessou a avenida durante a apresentação da Grande Rio com os peritos.
Vinte feridos
O acidente com o carro do Tuiuti resultou no atendimento médico de 20 pessoas, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Oito delas foram transferidas em ambulâncias para hospitais da rede municipal. Não há registros de óbitos. Três mulheres, de estado mais grave, foram encaminhadas ao Hospital Municipal Souza Aguiar por ser o mais próximo ao Sambódromo. O subsecretário municipal de Atenção Hospitalar de Urgência e Emergência, Mário Gama Lima, as três precisarão passar por cirurgia para reparar traumas no tórax e em membros inferiores.
"O estado das vítimas é estável. Estão passando por exames de imagem. Ninguém corre risco de morte", ressaltou o subsecretário.
Outras cinco vítimas, de ferimentos mais leves, foram levadas ao Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea. Doze das vítimas receberam assistência médica nos postos montados pela SMS no local. Houve ainda cinco pessoas atendidas por nervosismo.
Os feridos receberam os primeiros socorros no Sambódromo e quatro foram encaminhados para o Hospital Municipal Souza Aguiar, segundo Extra contou à porta da unidade — um homem com a mão machucada que não quis ser identificado, a fotógrafa Lucia Mello, Elizabeth Jofre e a diretora da Paraíso do Tuiuti Maria de Lourdes de Moura.
Lucia Mello teve fratura exposta na perna e traumatismo craniano leve. Ela chegou lúcida ao hospital. Com o estado de saúde estável, foi transferida mais tarde ao Miguel Couto para fazer a cirurgia. Elizabeth Jofre sofreu uma fratura no fêmur. Já Maria de Lourdes é o caso mais grave: teve fratura exposta bilateral e traumatismo craniano.
Os feridos levados ao Miguel Couto foram identificados como Luiz Alberto Rodrigues dos Santos; Márcio Pinto Correa, eletricista do Tuiuti; Marcelo Eleutério Gomes; Marco Antonio Nachef Elduque; e Ana Claudia Fernandes, fotógrafa do Jornal O DIA.
Sem danos constatados na tomografia, Nachef foi liberado. Luiz Alberto também. Com o braço direito envolto em uma tipoia, também deixou o hospital. Ela rompeu ligamentos do membro, mas não precisou de cirurgia. "Eu podia ter morrido. Fiquei debaixo do carro. E nessa hora todo mundo da escola começou a brigar. Esqueceram dos feridos", recordou a fotógrafa.
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Redação iBahia
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