Ivete Sangalo participou hoje da Bienal do Livro, no Centro de Convenções, em Salvador. A cantora debateu sobre maternidade na mesa "As histórias que contamos". Em bate-papo com a escritora Bárbara Carine, Ivete falou sobre ser mãe, os ensinamentos de Maria Ivete, a relação com os filhos a a posição de mãe com privilégios frente ao racismo.
“Educo meus filhos pra que eles entendam que eles só vão existir se eles permitirem que todos existam", afirmou.
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Ela também destacou que se vê nessa posição com os fãs.
"Sou mãe de três, mas sou mãe de muitos e os meus fãs sabem disso. Tem muito amor envolvido, mas também tem muito cuidado”. A artista destacou que mesmo com a agenda cheia, é o papel de mãe que mantém como prioridade na vida.
"Eu tenho na minha prática diária a presença dos meus filhos, uma presença muito prioritária. Eu consegui organizar minha vida sem que essa prioridade fosse um sofrimento", afirmou.
A artista baiana, que se apresentou na Arena Jovem, contou ao publicou que ser mãe a faz bem, e fez um comparativo em relação à Ivete do passado e a de hoje, mãe de três filhos.
“As experiências, até das coisas que a gente não consegue, elas serão feitos para outras pessoas. Acho que a vida é isso, é caminhar mesmo, né minha irmã?”, refletiu.
"Do que me adianta eu cuidar de mim e ficar longe daquilo que me faz bem? Eu sendo mãe me sinto bem e isso me faz tão feliz […]".
De mãe para mãe: Ivete Sangalo e Maria Ivete
Ivete Sangalo também falou sobre a mãe, Maria Ivete e relembrou um pouco da infância. No bate-papo, a cantora revelou que a mãe era contadora de história e que ela passou para a filha o que aprendeu.
“Minha mãe era contadora de histórias, antes de dormir e meu pai era dos causos, era sempre cheio de causos”, revelou.
“Eu tive a sorte de viver na geração onde havia-se tempo de conversar e contar histórias e minha mãe era uma contadora de histórias muito forte, tinha uma maneira linda de contar histórias. Minha mãe era muito engraçada, ela contava histórias de terror antes de dormir e eu ensinei a minha filha, a história do monstro".
Veveta explicou que ensinou às filhas, Helena e Marina, que os monstros são criações humanos, "nós mesmos", e que elas não devem ter medo das histórias. A coragem, segundo Ivete, veio da mãe, que a ensinou.
“Minha mãe me deu muita coragem, foi a maneira dela ensinar a gente a não se prender nisso. Não tem monstro que me segure porque eu derrubo e sigo em frente”, afirmou.
Privilégios e maternidade
Na conversa, Ivete também falou sobre os privilégios em paralelo com o racismo. A artista falou que mesmo tendo medos, naturais de todas as mães, ela não vai ter problemas com o filho sofrer preconceito.
“O meu filho pode correr sem camisa na rua e não vai ter nenhum problema com isso. A gente tem tantos medos como mãe, que eles adoeçam, que não estudem direito é uma mãe preta tem todos esses medos além de outros que uma mãe branca não tem”, analisou.
A artista destacou o racismo estrutural na sociedade, e que é completamente "desumano".
"Isso é completamente desumano, instaurar isso, está dentro da estrutura da nossa sociedade e é terrível porque a gente agoniza tentando falar sobre isso. Já está determinado sob o olhar da sociedade", revelou.
"Tem um caminhar de privilégios, de oportunidades que não foi dado pra todo mundo. Eu fico adoecida assim por dentro, é uma mecânica muito dilacerante e tem outros viés que eu não tenho ideia do que sejam, tem coisas que são impossíveis de sentir porque a gente não vive isso", finalizou.
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Redação iBahia
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