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Resumo

Último dia da Bienal do Livro reúne Vovô do Ilê, Zélia Duncan e mais

Em seis dias, a Bienal do Livro Bahia contou com baianos em todos os painéis literários. Veja tudo o que rolou neste último dia

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Lucas Sales e Nathália Amorim

01/05/2024 às 19:19 • Atualizada em 01/05/2024 às 20:12 - há XX semanas
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O último dia da Bienal do Livro 2024, que aconteceu nesta quarta-feira (1°), reuniu grandes nomes da literatura, da música e TV aberta. Ao longo do dia, atividades infantis, contações, discussões e homenagens puderam ser acompanhadas pelo público.


				
					Último dia da Bienal do Livro reúne Vovô do Ilê, Zélia Duncan e mais
Fotos: Lucas Sales/iBahia

Neste último dia, o painel da Bienal que reuniu o maior número pessoas envolveu Zélia Duncan, Heloísa Murgel Starling e Edma Góis, na mediação. O trio abordou a potência das histórias no processo de transformação social.

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Trazendo como base o livro “A máquina do golpe”, Heloísa falou das revelações surpreendentes que ela teve na escrita desta obra. Em paralelo, Zélia trouxe toda a experiência adquirida durante a gravação do novo álbum "Sete mulheres pela independência do Brasil". A artista falou sobre a importância dessa união na construção das letras e melodias.

O painel da Bienal com maior recorde de público envolveu Zélia Duncan, Heloísa Murgel Starling e Edma Góis, na mediação. Vìdeo: Lucas Sales / iBahia

"O livro foi uma maneira de concentrar mais ainda o meu amor pela escrita, pela leitura. Falo muito disso. [...] É como se eu continuasse dentro da família e desaguar no livro. Para mim, é uma coisa íntima", disse Zélia sobre o livro.

Zélia complementou ainda falando da importância de estarmos atentos as ações de apagamento de memória e da valorização da cultura em todos os setores culturas.

Vìdeo: Lucas Sales / iBahia

Outro painel que também teve a presença do público e a atenção reuniu Pedro Rhuas, nome importante para a pauta LGBTQIAPN+, Elayne Baeta, Socorro Acioli e Adriel Bispo. Com mediação de Maria Dolores Rodriguez, eles falaram sobre "O livro que me fez leitor".

Antes do painel começar, Elayne Baeta sobre começou a escrever e a relação dela com a literatura.

"Eu não tenho um livro específico que tenha me feito leitora. Eu li muitos livros, eu me apaixonei por muitos livros. Eu sentia que para ser totalmente uma leitora eu precisava me ver em algum livro. Eu pegava romances heterossexuais e trocava o nome dos protagonistas para fingir que era sobre duas meninas. A falta de representatividade na literatura me desestimulou a ser leitora e a publicação do meu livro veio desse lugar de 'esse livro precisa existir'", afirmou.

Ao iBahia, Elayne ainda avaliou sobre a responsabilidade escrever também para o público LGBTQIAPN+.

"Acho que minha responsabilidade nisso é usar o que tenho de melhor a ser feito que é minhas ferramentas artísticas, minha criatividade, para fazer com que as pessoas se sintam enxergadas, validades, valorizadas. Para plantar coragem no peito das pessoas. Eu não vou mudar o mundo, meus livros não vão mudar o mundo, mas os meus livros tem o poder de mudar pequenos mundos e eu sei que isso é uma responsabilidade enorme", avaliou.

Já Pedro Rhuas salientou ainda o apagamento de narrativas queer e nordestinas, em especial, na literatura comercial e destacou como os livros dele vão no caminho contrário aos estereótipos e violências.


				
					Último dia da Bienal do Livro reúne Vovô do Ilê, Zélia Duncan e mais
Foto: Lucas Sales/iBahia

"Por muitos anos a gente se viu em um contexto de apagamento, de vivências queers e nordestinas na literatura e na literatura comercial. As nossas histórias até poderiam existir se fossem contadas em uma ótica das grandes secas, da pobreza, de um Nordeste de escassez. E as minhas narrativas vem pra se conectar com um público jovem, trazendo o nosso potencial colorido. Trazendo uma bandeira arco-íris que representa e que alimenta os sonhos de uma geração que busca sair dos finais tristes, dos lugares violentos, para emancipação de si e dos finais felizes", disse o Portal.

Ilê Aiyê é celebrado na Bienal do Livro Bahia 2024

A mesa que encerrou a Bienal do Livro Bahia 2024 celebrou o "Mais Belo dos Belos", o Ilê Aiyê, que neste ano faz 50 anos de história. Com a presença de Vovô do Ilê, fundador do bloco, ele relembrou a escolha do nome.


				
					Último dia da Bienal do Livro reúne Vovô do Ilê, Zélia Duncan e mais
Foto: Lucas Sales/iBahia

"Queria colocar o nome do bloco como 'Black Power', porque a gente já tinha influência no movimento negro aqui em Salvador. Nossa estética era toda negra. [...]", contou.

Ainda segundo Vovô, o grande diferencial do Ilê Aiyê quando surgiu não era o discurso, mas sim através da música, que foi possível socializar as ideias.

Ao iBahia, Vovô do Ilê também falou sobre a importância de uma mesa sobre o bloco na Bienal. O fundador destacou a presença como uma forma combatente também do racismo na capital baiana.

"É muito importante, muito gratificado de participar dessa mesa, socializar ainda mais nossas ideias e ideais. É importante em Salvador, que é a mais racista do Brasil e é importante ter esse tipo de atividade para tentar quebrar essas correntes", disse.

Painel da TV Bahia e outros momentos da Bienal

Ainda nesta quarta, o jornalista Ricardo Ishmael, da TV Bahia, participou da primeira mesa do dia do Café Literário. Juntamente com Emília Nuñez, Renata Fernandes e Marcos Cajé, a mesa debateu sobre o desafio da manutenção da literatura infantil em tempos digitais.


				
					Último dia da Bienal do Livro reúne Vovô do Ilê, Zélia Duncan e mais
Com Ricardo Ishmael, mesa do Café Literário na Bienal do Livro levou debate sobre tecnologia e livros para público. foto: Lucas Sales/

Autor de livros infanto-juvenis como “O Pequeno Príncipe das Águas e a Terrível Baleia Branca", Ricardo Ishmael levou exemplos de perto do convívio familiar dele para exemplificar maneiras de usar a tecnologia em favor da educação.

“Todos nós estamos nos localizando ainda nesse mundo novo [da tecnologia], nós autores, contadores, os leitores, as famílias, e não podemos transferir essa responsabilidade, do despertar dos nossos jovens para esse mundo encantador aos autores e as escolas, é papel da família também conduzir isso”, disse.

Quem também participou do evento foi Rita Batista, que participou da mesa “A Insustentável Leveza do Ser”, na Arena Jovem da Bienal do Livro Bahia. Na ocasião, a baiana lançou o livro de mantras “A Vida é um Presente”, que foi feito após uma demanda das pessoas que a acompanham e buscavam os conteúdos nas redes sociais.

“Fechamos em 111 mantras e a vida é um presente, de fato, mas o presente mesmo é ter vocês na minha vida, me estimulando, assistindo televisão aberta com tanta concorrência que existe hoje”, explicou Rita Batista.

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