Ministério do trabalho detectou a ocorrência de trabalho degradante na frente de trabalho de uma propriedade rural em Sítio do Mato Dentro (BA), atuando no corte de madeira e confecção de cerca. Foram flagrados 22 trabalhadores em condições análogas à de escravo na fazenda Rural Verde. Segundo informações da ONG Repórter Brasil, a área pertence a Sílvio Roberto Coelho, proprietário da TV Aratu, afiliada ao SBT, e irmão de Nilo Coelho, ex-governador da Bahia. A fiscalização foi feita no final de agosto pelo grupo de Ação do Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM). De acordo com a coordenadora da equipe, Inês Almeida, ao chegar ao local, na hora do almoço, os fiscais se depararam com várias irregularidades, entre as quais, alojamento precário, composto por um barraco de lona, instalações sanitárias precárias, entre outras irregularidades. Sem salário regular, os trabalhadores recebiam produtos alimentícios que eram descontados da remuneração. “A situação era de servidão por dívida”, explicou Inês. Segundo a GEFM, 17 pessoas atuavam na derrubada de árvores e produção de mourões e outros cinco erguiam cercas para a fazenda de gado. Alguns trabalhavam desde maio passado, outros há menos de um mês no local que ficava a cerca de 25 quilômetros da sede da fazenda de 39 mil hectares, 400 quilômetros de cerca construída e que abriga cerca de 10 mil cabeças de gado. Durante a operação foram lavrados 61 autos de infração e cinco interdições. O grupo resgatado deve receber o montante de cerca de R$ 80 mil em verbas rescisórias. De acordo com a Repórter Brasil, a fazenda recusou-se a pagar os trabalhadores e a reconhecer o vínculo empregatício, afirmando que não eram seus empregados e sim do empreiteiro contratado para o serviço. Ainda conforme informações da ONG, Tiago Coelho, filho de Sílvio Roberto Coelho e um dos sócios da propriedade, informou que após a operação, houve uma reunião com o Ministério Público do Trabalho e um Termo de Ajustamento de Conduta foi assinado. “Nós reconhecemos que há alguns problemas na fazenda, mas não trabalho escravo.”. Ele disse ainda que os controladores da fazenda não tinham “acesso aos empregados” e que o serviço era tratado com o empreiteiro.
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