Os procedimentos para a concessão do visto americano mudaram e para os baianos essa não é uma boa notícia. A partir de 30 de abril, a Embaixada e os consulados dos EUA não farão mais todos os procedimentos de concessão do visto. Primeiro, os interessados terão que comparecer ao Centro de Atendimento ao Solicitante de Visto (CASV), órgãos que foram contratados pelo governo americano para a primeira fase do visto. São nestes locais que os brasileiros apresentarão os documentos e coletarão a foto e impressões digitais. Depois desta etapa, o brasileiro será submetido a uma entrevista no consulado, mas não no mesmo dia em que entregou os documentos no CASV. É neste ponto que começam os problemas. Como na Bahia não existe consulado americano, agora, além de ter que viajar para Recife, Rio de Janeiro, São Paulo ou Brasília (Belo Horizonte e Porto Alegre também abrirão consulados), o baiano que ainda não tem o primeiro visto terá que passar mais de um dia em uma dessas cidades. Isso porque a ida no CASV e a entrevista na Embaixada não são marcadas para o mesmo dia. A assessoria da Embaixada americana explicou que as entrevistas poderão ser marcadas para o dia consecutivo à visita ao CASV ou então até oito dias depois. A assessoria também informou que em alguns casos a entrevista pode ser dispensada, como na renovação. Porém, se for o primeiro visto é certo que será necessária. Outra modificação é o preço dos procedimentos. Atualmente, cada solicitante paga R$ 38 para o agendamento da entrevista, US$ 160 dólares pela taxa de solicitação de visto e um valor aproximado de R$ 40 pelo serviço de entrega do passaporte com o visto. Depois de 30 de abril, o solicitante pagará a taxa única de US$ 160 (aproximadamente R$ 299). Para a diretora da agência de turismo Happy Tour e vice-presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagem (ABAV), Angela Carvalho, a medida é absurda e encarece demais a viagem. “O nosso departamento de vistos ainda está tendo dificuldades para agendar estas novas entrevistas. Os procedimentos não estão claros e a nossa recomendação é que o turista que puder esperar, espere”. Já o presidente da ABAV-BA, Pedro Galvão, explica que se esse procedimento continuar dessa forma prejudicará muito o mercado baiano. Destinos como Miami, Orlando e Nova York são os preferidos dos baianos, mas estender os dias para a concessão do visto será um empecilho. "O que estamos pleiteando, junto à Embaixada, é que possamos fazer como era antes do atentado do 11 de setembro. A ABAV-BA recolhia os pedidos de vistos juntos às agências credenciadas e mandávamos para a Embaixada liberar. De cada 100 que iam, apenas entre três e cinco voltavam para os candidatos fazerem as entrevistas", recorda. GastosPara a professora do curso de Turismo da Uneb, Emília Salvador Silva, o caso é "complicadíssimo" para quem não tem consulados nos seus estados. "É um problema financeiro e de tempo, porque não é todo mundo que pode passar mais de um dia longe das suas atividades para tirar um visto. O equívoco é que já temos um consulado em Recife. E eles pensam que, desta forma, o Nordeste já está contemplado". Para a professora, essa medida não vai funcionar. “Quando começar, talvez eles percebam que não funciona e voltem atrás”. Ela também lembra que os brasileiros estão entre os turistas que mais gastam nos Estados Unidos, por isso o visto foi flexibilizado. Em 2011, os brasileiros gastaram US$ 5 bilhões (cerca de R$ 9,4 bilhões) apenas nos destinos americanos.
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