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Tatuagens do Crime: PM explica o processo de identificação

A partir de alguns documentos e fotos coletados pelo PM, foi possível cruzamento de informações

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30/01/2015 às 11:16 • Atualizada em 28/08/2022 às 0:02 - há XX semanas
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O estudo das imagens presentes nas tatuagens de criminosos levaram a criação de uma cartilha de identificação para a polícia militar. O capitão do Batalhão Especializado em Policiamento de Eventos, Alden José Lázaro da Silva, da Polícia Militar da Bahia, durante dez anos, buscou relacionar as tatuagens dos detentos com os crimes realizados por eles. Através da pesquisa o capitão percebeu que muitas das imagens são identificação de patente, organização criminosa e crimes. A cartilha conta com 36 tipos de tatuagens, e já é utilizada pela PM.
O capitão Alden da Silva e a cartilha de orientação de tatuagens
“A cartilha de orientação de tatuagens é mais uma ferramenta usada no cotidiano da atividade policial para ajudar a nortear as investigações de crimes. Muitas estão associadas a organizações criminosas como o Primeiro Comando da Capital (PCC), os Caveiras e o Comando da Paz. Isso não significa que quem tiver qualquer tatuagem será abordado. Os determinados tipos de tatuagem encontrados nos presos e a parte do corpo onde foram colocados servirão de alerta, mas as investigações acontecerão caso a gente identifique outros indícios”, explica o capitão. As imagens quase sempre associadas ao mundo da infância são usadas pelo crime como estratégia de comunicação entre gangues. Tatuagens de duendes, palhaços, anjos, magos, e de personagens infantis como o ‘Saci-Pererê’, ‘Diabo da Tasmânia’, ‘Papa-léguas’, ‘Snoop’, entre vários outros, estão na pele de criminosos dentro e fora dos presídios brasileiros. Como surgiu A cartilha de orientação de tatuagens foi construída com base em investigação policial. “Deparávamos frequentemente com a incidência de certos tipos de tatuagens. Após investigações, a gente conseguia eventualmente ligar alguns dos símbolos a crimes relacionados. Isso se tornou cada vez mais frequente nas conversas entre policiais civis, militares e federais. Tinha virado praticamente uma lenda urbana”, diz o capitão Alden da Silva. A partir de alguns documentos e fotos coletados pelo PM, foi possível levantar inúmeras hipóteses. Cruzando dados de inquérito policial e processos, o trabalho da polícia foi se confirmando, recorda o capitão. “O foco principal da pesquisa foram crimes praticados contra o patrimônio e contra a vida [roubo, furto, homicídio e latrocínios]. Juntamos quase 45 mil documentos. Com isso, vimos que a suspeita tinha fundamento. Eles tinham cometidos os mesmos tipos de crimes”, garante. Na segunda etapa da investigação foram feitas visitas a presídios e casas de detenção. “Começamos a fazer um levantamento de quantos presos tinham tatuagens, quais eram e se nesse universo existiam os mesmos padrões encontrados nas delegacias. Mais uma vez tudo se confirmou”, disse.
Com a nova pesquisa, outro cruzamento de dados foi feito e, segundo o policial, as imagens batiam com as tipificações dos crimes. De acordo com ele, os magos e duendes são comuns em traficantes de drogas; palhaços e, principalmente a figura do coringa são associados a roubo e morte de policiais; e o papa-léguas aos aviões, mais frequente em entregadores de mercadores que fazem o transporte de droga. São inúmeros tipos, mas normalmente essas figuras estão construídas de forma sinistra”.

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