Rebeliões dentro do sistema penitenciário são consideradas situações “imprevisíveis” pelo superintendente de Gestão Prisional da Secretaria de Administração Penitenciária da Bahia (Seap), major Júlio César Ferreira Santos. Em entrevista ao Correio, ele afirmou a secretaria reforçou o monitoramento nas unidades prisionais do estado após as revoltas que têm acontecido em outras partes do Brasil. Nesta segunda-feira (16), agentes encontraram um buraco e uma corda dentro da Penitenciária Lemos Brito, em Salvador.
No entanto, não é possível prever exatamente quando vai acontecer alguma situação desse tipo. “Estamos lidando com o imprevisível. Estamos conversando aqui e pode eclodir algo”, disse. Para o superintendente, o Presídio Salvador, inaugurado na década de 1970, e a Penitenciária Lemos Brito, nos anos 1950, são as duas unidades prisionais mais preocupantes da Bahia. “Ambas são as mais antigas e necessitam de reforma nas estruturas”, reconheceu.
No último final de semana, após o Correio publicar reportagem em que agentes penitenciários apontam clima de tensão entre as facções Bonde do Maluco (BDM) e Comando da Paz (CP), no Presídio Salvador, a Seap decidiu monitorar a unidade. “No domingo, montamos equipes especiais e percorremos todas as unidades. Eu, pessoalmente, estive lá e pedi para os familiares transmitirem aos internos que não havia motivos para tensão”, disse o superintendente.
Ele afirmou ter visto com estranheza a notícia sobre as ameaças de rebelião entre facções rivais no Presídio Salvador. “Sobre questões estruturais, reconhecemos e estamos nos esforçando para minimizar a situação”, disse. Quando questionado sobre o preparo baiano para enfrentar um motim, disse que está “mais focado na prevenção”.
Segundo ele, a reforma no Presídio Salvador, que fez com que os internos do BDM fossem levados para o mesmo prédio que os rivais do CP, está 90% concluída. Também está pronto o Conjunto Penal Masculino de Salvador, que vai abrigar 270 presos que ainda estão em delegacias da Região Metropolitana. “Vamos construir também um muro no entorno do complexo de seis quilômetros”, afirmou. O superintendente prometeu ainda intensificar a fiscalização e disse que os agentes que formam o grupo de inteligência foram treinados em unidades prisionais fora do estado.
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Redação iBahia
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