A participação em programas de intercâmbio no exterior é cada vez mais valorizada pelos departamentos de Recursos Humanos das empresas na hora de contratar novos profissionais, principalmente no caso das multinacionais. Além de assegurar fluência em algum idioma, o intercâmbio possibilita ao estudante o desenvolvimento de competências técnicas e comportamentais muito apreciadas no mundo corporativo, a exemplo da aquisição de conhecimentos essenciais para o pleno desenvolvimento das atribuições de seu futuro cargo, da adaptabilidade a condições culturais e ambientais diferenciadas, do desenvolvimento de habilidades de relacionamento interpessoal, do exercício da disciplina pessoal e do direcionamento para metas e resultados. A experiência do intercâmbio proporciona um crescimento pessoal e profissional que, para os recrutadores, credencia os jovens a encarar os desafios corporativos com maior probabilidade de sucesso.
O intercâmbio pode acontecer no ensino médio, na graduação ou na pós-graduação. Os países mais procurados costumam ser aqueles de domínio da língua inglesa, como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e Austrália. Em qualquer um dos casos, representa um investimento considerável com o deslocamento, acomodação, matrículas e mensalidades escolares além de outras despesas de manutenção em um país estrangeiro. Todavia, uma nova opção aparece para parte daqueles que nutrem esse sonho mas não tem condições de pagar por ele: o Programa Ciência sem Fronteiras do Governo Federal. Mantido pelo esforço conjunto dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da Educação (MEC), o Programa pretende distribuir 101 mil bolsas, até 2015, para alunos da graduação (bacharelado ou tecnológica) e pós-graduação (doutorado pleno, doutorado sanduíche e pós-doutorado) e para pesquisadores vinculados a empresas. Para tanto, foram escolhidas áreas consideradas prioritárias por sua capacidade de contribuição para a inovação, a competitividade e o progresso da ciência. Aqui vem a má notícia para parte dos leitores pois apenas estudantes das ciências exatas, das engenharias, de algumas áreas da saúde, da biologia, da computação e de alguns segmentos vinculados à indústria criativa estão aptos a se candidatar. Segundo dados disponíveis no site do CNPq, até o presente momento, excluindo-se o resultado da última chamada, que deve ser divulgado esta semana, foram implementadas 19.498 bolsas, das quais 14.412 ainda vigentes. Os destinos mais procurados diferem um pouco dos que tradicionalmente atraem os intercambistas. Países de língua inglesa, muito buscados no intercâmbio comum, como Irlanda, Austrália e Nova Zelândia perdem espaço para destinos como Portugal, França, Espanha e Alemanha. Por outro lado, os Estados Unidos, Reino Unido e Canadá, que costumam estar no topo das preferências dos estudantes que vão para o exterior, continuam a figurar bem no ranking, conforme mostra a figura abaixo. Países mais procurados pelos bolsistas do Ciências sem Fronteiras
No Ciência sem Fronteiras a lógica que tem explicado as decisões dos estudantes se baseia em dois pilares: a busca por universidades de excelência e a tentativa de contornar eventuais deficiências no domínio do idioma. Assim, países como Portugal e Espanha, que não se constituem em destinos de referência nas áreas contempladas, tem sido procurados por oferecem maiores facilidades de comunicação (idioma) e, até mesmo, de adaptação, tendo em vista possuírem uma cultura mais próxima da brasileira. No caminho inverso, estão aqueles que optam por conhecer realidades totalmente distintas a exemplo de países como a Rússia (1 estudante), Polônia (2 estudantes), Hungria (4 estudantes), Grécia (5) e, pasmem, a remota Finlândia (43 estudantes). A concorrência pelas bolsas é nacional, portanto, não é tão fácil consegui-las. A participação do Nordeste no total de bolsas concedidas ainda é pequena embora crescente. As principais universidades baianas participam do Programa desde o início. No caso específico da graduação, as exigências mínimas que se faz aos potenciais candidatos, são as seguintes:
- Ser brasileiro ou naturalizado;
- Estar regularmente matriculado em instituição de ensino superior no Brasil em cursos relacionados às áreas prioritárias do Ciência sem Fronteiras;
- Ter sido classificado com nota do Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM - com no mínimo 600 pontos;
- Possuir bom desempenho acadêmico;
- Ter concluído 20% do currículo previsto para o curso de graduação.
Profa. Dra. Carolina Spinola E-mail: [email protected] Consultora da Área de Negócios da ValoRH. Administradora, com mestrado em Administração e Doutorado em Geografia, com ênfase em Desenvolvimento Regional. Professora Universitária e Coordenadora de Curso de Pós-Graduação. |
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