O mundo está em choque desde a tragédia em Orlando, onde um homem invadiu uma boate LGBT da cidade e assassinou friamente mais de 50 pessoas. Mas, infelizmente, crimes de ódio como este ainda são comuns - e ocorrem mais perto do que possamos imaginar. No mesmo final de semana em que o ataque à casa noturna norte-americana aconteceu, o pequeno município baiano de Santaluz, a cerca de 260 km de Salvador, presenciou um crime tão bárbaro quanto. Dois professores da cidade, Edivaldo Silva de Oliveira e Jeovan Bandeira, foram encontrados carbonizados dentro do porta-malas de um carro incendiado às margens da BA-120 na última sexta-feira (10). Edivaldo só foi identificado pela arcada dentária. Acredita-se que a motivação do crime tenha sido o mesmo de Orlando: a homofobia.
A casa de Joevan, inclusive, foi completamente revirada após o crime, como contou o delegado responsável pelo caso, João Farias, à BBC Brasil. Objetos de valor de pertence do professor não foram levados, o que aumenta a suspeita de crime de ódio."Eles eram muito amigos e muito queridos na cidade. Também não teriam inimigos. Já ouvimos várias pessoas e por enquanto não descartamos nenhuma hipótese", afirmou Farias.Segundo levantamento do Grupo Gay da Bahia (GGB), somente no primeiro semestre deste ano já foram 16 casos de assassinatos de pessoas LGBT na Bahia e 123 no Brasil. Em 2015, a ONG registrou 319 mortes por homofobia - ou crime de ódio -, sendo que desse total, 33 aconteceram no estado da Bahia, representando cerca de 10,3%. O estado ficou atrás apenas de São Paulo, com 55 casos registrados (17%).Manifestação na cidade Como forma de combater o ódio, a população de Santaluz decidiu ecoar palavras de amor e solidariedade - não só ao caso envolvendo dois de seus cidadãos, mas de tantos outros espalhados pelo mundo. Uma passeata organizada pelo Centro Educacional Nicanor Tiburcio dos Reis (Centir), Escola Municipal Antonio Nolasco da Silva e pelo Colégio Estadual Necy Novaes homenagearam a memória dos dois professores, na última segunda-feira (13). A passeata reuniu centenas de pessoas, em uma cidade com pouco mais de 30 mil habitantes.
Joevan (à esquerda) e Edivaldo (Foto:Divulgação) |
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Redação iBahia
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