Os policiais militares envolvidos na ação em que um menino de 10 anos morreu em Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador, foram afastados das atividades nas ruas. As armas de fogo utilizadas na operação também foram recolhidas. As informações foram divulgadas pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) nesta terça-feira (25), depois de uma reunião do secretário Marcelo Werner com familiares da criança. A pasta apura a autoria do disparo que atingiu o garoto.
O caso aconteceu na tarde do último domingo (23). À TV Bahia, a mãe de Gabriel, Samile Costa, contou que o menino estava sentado na calçada, na frente da casa onde morava, por volta das 16h, no bairro de Portão, quando equipes da 52ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) chegaram na localidade, em uma viatura, disparando sem alvo específico.
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A mãe da criança ainda reforçou que não houve troca de tiros na região. "Foi a polícia que entrou atirando e eu quero justiça, que eles percam a farda deles. Tiraram um pedaço de mim, o meu sonho, a minha vontade de viver. Eles tiraram todo o prazer da minha vida, destruíram", disse a mãe do garoto.
Após a situação, Gabriel Silva da Conceição Júnior chegou a ser levado pela família para o Hospital Menandro Faria. Em seguida, uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionada para transferir o garoto para o Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador, mas o veículo ficou mais de uma hora parado, porque não tinha equipamentos básicos para fazer a operação. Balões de oxigênio foram levados ao local por funcionários da Prefeitura de Lauro de Freitas. O menino acabou não resistindo.
O corpo dele foi enterrado no Cemitério de Portão, em Lauro, na segunda-feira (24). Dezenas de familiares e amigos estiveram presentes e se despediram dele. Após a cerimônia, o grupo fez um protesto, fechando a Estrada do Coco nos dois sentidos. No final, ainda houve uma confusão envolvendo os manifestantes e policiais, que teriam atirado bombas de gás contra o grupo.
Após ser questionada, a PM informou em nota que, "após diversas tentativas de negociação, a manifestação foi encerrada por volta das 20h30. Não houve condução à delegacia ou registro de feridos. O policiamento está intensificado na região".
Últimos pedidos
Emocionada, ainda na segunda-feira, a mãe de Gabriel relembrou para a TV Bahia que o menino fez os dois últimos pedidos para ela momentos antes da chegada dos policiais.
"Ele falou: 'Mãe, eu posso ficar ali sentado na calçada e a senhora daqui me vendo?'. Eu falei: 'Pode'. Perguntou também se podia brincar de bicicleta e eu disse: 'Oh filho, não, só quando a mamãe tiver aí na frente, aí você brinca", relatou a mãe do menino.
O que diz a Polícia Militar
Em nota, a Polícia Militar informou que uma equipe da 52ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) fazia patrulhamento na localidade quando encontrou um homem em "atitude suspeita".
Segundo a PM, o homem e comparsas atiraram na direção dos policiais, que revidaram com o apoio de equipes da Companhia Independente de Policiamento Tático (CIPT) das Rondas Especiais (Rondesp) da Região Metropolitana de Salvador (RMS).
Ainda de acordo com a Polícia Militar, o policiamento foi reforçado na região depois do confronto. Em seguida, os policiais foram informados que Gabriel Silva foi baleado e levado para o Hospital Menandro de Farias.
A Policia Civil apura o caso.
Redação iBahia
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