O pai da adolescente cigana, assassinada aos 14 anos em uma cidade do interior da Bahia, revelou que ela teve um noivado anterior ao casamento, que resultou no feminicídio. Segundo informações divulgadas por Hiago Alves, à TV Bahia, a permissão do matrimônio com o suspeito, que é também adolescente, aconteceu porque um relacionamento desfeito não é bem visto na comunidade.
“Eles aproveitaram a fragilidade de minha filha ter terminado um noivado. Ele já me pediu (a mão da filha) e eu disse: 'dou tranquilo”. Ele (o pai do suspeito) aproveitou o momento, noivou minha filha com filho dele, marcamos a data do casamento", contou o pai de Hyara.
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Ele explicou ainda que na comunidade, quando um noivado termina, é importante que a mulher arranje um outro noivo para mostrar que “quem saiu perdendo” foi o ex-pretendente. Além disso, Hiago contou que permitiu que a filha se casasse com o adolescente porque confiava que o suspeito e a família seriam pessoas corretas.
O crime aconteceu na na cidade de Guaratinga, no extremo sul da Bahia. O suspeito já tem mandados de busca e apreensão e de internação decretados pela Justiça na segunda-feira (17). Mas, ele segue desaparecido.
Traição e premeditação
A família da vítima sustenta a versão de que ela foi morta pelo próprio marido, a mando do pai dele. Seria uma vingança por causa de um relacionamento extraconjugal entre a mãe do adolescente e um tio de Hyara. O pai da garota disse que já sabia que o irmão tinha uma relação extraconjugal com a mãe do suspeito.
Ainda segundo Hiago, a relação extraconjugal entre o irmão e a sogra de Hyara já era conhecida pela comunidade cigana. Para ele, o fato da família ter pedido o noivado da filha com o suspeito já demonstra que o crime foi premeditado.
"O pai dele programou para matar minha filha para se vingar de meu irmão. Eles já me pediram (a mão de Hyara) na intenção de vingar o meu irmão com a minha filho”, disse.
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Relembre o caso
Hyara Flor foi morta em 6 de julho, dentro do imóvel onde morava, com um tiro. O crime aconteceu 45 dias depois do casamento dela com outro adolescente de 14 anos. O laudo da necropsia aponta que o tiro fez com que a adolescente se asfixiasse no próprio sangue até a morte.
No momento, a polícia acredita que marido de Hyara fugiu para o Espírito Santo com a família. Segundo os delegados, que investigam o caso, com os pedidos decretados na segunda-feira (17), o suspeito passa a ser procurado em todo o país.
No domingo (16), o Fantástico divulgou com exclusividade, imagens que mostram a movimentação do local onde Hyara Flor foi morta a tiro. O laudo da perícia afirma que o tiro disparado contra a jovem no dia 6 de julho foi feito por alguém a, no máximo, 25 centímetros de distância. A bala entrou pelo pescoço e ficou alojada na vértebra cervical da adolescente.
Redação iBahia
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