A Polícia Civil de Mucuri, que fica a 975 quilômetros de Salvador, ouviu na tarde desta quarta-feira (13) Edileuza Pinto da Silva, 30 anos. Ela está sendo investigada desde que tentou dar entrada na certidão de óbito de uma criança, que seria seu filho e que estaria morto. Durante a exumação do corpo, a polícia encontrou restos mortais de animais, velas, pedaços de roupa e uma foto desbotada. Edileuza contou ao delegado Charlton Fraga Bortolini que teve a criança na zona rural, com a ajuda de três mulheres. Após o parto, ela teria ido até a cidade de Carlos Chagas, em Minas Gerais, e entregado a criança aos avós paternos. "Ela disse que no início do ano eles se mudaram para o acampamento do Movimento dos Sem Terra que fica aqui em Mucuri. Mas uma equipe esteve no local e encontrou os acampantes preparando saída da cidade, mas não localizou os avós paternos, nem a criança", disse o delegado ao Correio24horas.
Leia mais:Mucuri: polícia faz exumação e ao invés de corpo acha itens de ritualMucuri: Mulher afirma ter realizado parto de filho sozinha Ainda de acordo com o delegado Charlton Fraga, nenhum dos moradores do acampamento que foram consultados pelos policiais afirmaram conhecer os procurados. Nesta quinta-feira (14), a polícia voltará a fazer contato com o chefe do acampamento para confirmar a presença de uma criança e seus avós no local desde o início do ano. Duas mulheres, das três que teriam participado do parto, também serão procuradas para prestar esclarecimentos na delegacia, já que uma delas está morta. Entenda o mistérioEdileuza alega ter enterrado o seu filho de um ano e três meses e diz ter feito o parto na zona rural para justificar a ausência de um registro de nascimento da criança. No primeiro depoimento, Edileuza disse que havia feito o parto sozinha e até tinha cortado o cordão umbilical do bebê. Por isso, nenhuma enfermeira local saberia da existência do bebê. A pedido do avô paterno da criança, ela tentou dar entrada em uma certidão de óbito, mas por falta de documentos e relatos incoerentes, os funcionários do cartório desconfiaram e denunciaram o caso. Nesta terça-feira (12), em cumprimento de uma decisão judicial, a polícia de Mucuri ordenou a exumação do corpo da criança. No entanto, ao retirar o caixão da cova no cemitério, os peritos encontraram dentro uma galinha preta, velas e três corações de bois, entre outras coisas. Edileuza contou ainda que não sabia que estava enterrando o corpo do próprio filho. Segundo ela, o avô paterno a procurou no mês passado pedindo o contato do coveiro da cidade para realizar um enterro.
Em depoimento à polícia, o coveiro contou que esteve dois dias depois no horário marcado para realizar o sepultamento acompanhado de Edileuza e sua mãe. Horas depois, ele desistiu de esperar e deixou as chaves do cemitério com as mulheres e foi embora. O avô da criança teria chegado com o caixão lacrado e enterrado. Somente no dia seguinte ele procurou Edileuza e a orientou ir até um cartório para dar entrada na certidão de óbito. A polícia confirmou que a mãe de Edileuza e que o avô paterno são adeptos da Umbanda. "Ainda é muito cedo para dizer que houve crime, já que a investigação continuará até confirmar se a criança realmente existiu", disse Charlton. Caso ela tenha inventado tudo, poderá responder por registro de nascimento inexistente. Matéria original: Correio 24hEm depoimento, mulher suspeita de ritual em Mucuri diz que deu criança aos avós
Material foi encontrado dentro de caixão infantil, ao invés do corpo do bebê (Foto: Liberdade News) |
Polícia investiga se criança de fato existe e o que aconteceu com ela (Foto: Liberdade News) |
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