A morte de Gabriel Silva da Conceição Júnior, de 10 anos, baleado durante uma ação policial em Lauro de Freitas, cidade da Região Metropolitana de Salvador, completou 1 mês. O crime aconteceu no dia 23 de julho e a criança morreu horas depois, em 24 de julho. Até esta quarta, 23 de agosto, ninguém foi preso.
A Polícia Civil pediu ao Ministério Publico da Bahia (MP-BA) a prorrogação para o término da apuração do caso. No momento em que foi baleado, Gabriel brincava na porta da casa onde vivia, no bairro de Portão. A mãe dele, Samile Costa, contou que o filho queria andar de bicicleta, mas ela pediu que ele ficasse na porta de casa para poder observá-lo.
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O menino foi baleado por volta das 16h e socorrido para o Hospital Menandro Faria, também em Lauro de Freitas. Na porta da unidade, familiares e vizinhos aguardaram por notícias durante horas. Na madrugada do dia seguinte, a morte de Gabriel foi confirmada pelo hospital.
A Polícia Militar informou que uma equipe da 52ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) fazia patrulhamento na localidade quando encontrou um homem em "atitude suspeita". Segundo a PM, o homem e comparsas atiraram na direção dos policiais, que revidaram com o apoio de equipes da Companhia Independente de Policiamento Tático (CIPT) das Rondas Especiais (Rondesp) da Região Metropolitana de Salvador (RMS).
O que diz a família
Para a mãe de Gabriel e outros familiares, o tiro que atingiu o menino foi disparado por um policial. Além disso, Samile Costa afirma que a PM chegou na comunidade atirando, sem um alvo específico. "Foi a polícia que entrou atirando e eu quero justiça, que eles percam a farda deles. Tiraram um pedaço de mim, o meu sonho, a minha vontade de viver. Eles tiraram todo o prazer da minha vida, destruíram", afirmou.
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O que diz a Polícia Civil
Somente a perícia técnica poderá dar detalhes sobre o tiro que atingiu Gabriel. Segundo a Polícia Civil, responsável pelo caso, as investigações ainda não foram concluídas. Na terça-feira (22), a 34ª Delegacia de Portão encaminhou um procedimento ao Ministério Público, solicitando prorrogação para o término da apuração do caso. A polícia tem como base o Artigo 10 do Código de Processo Penal. O MP-BA ainda não informou se o pedido será aceito.
Segundo a Polícia Civil, o encaminhamento também foi feito para "promover a transparência junto ao Poder Judiciário acerca da investigação". Além da investigação da Polícia Civil, a Corregedoria-Geral da SSP acompanha a apuração do caso.
O que diz a Polícia Militar
Em 25 de julho, os policiais militares que participaram da ação em Portão foram afastados das atividades das ruas. Além disso, as armas usadas por eles foram recolhidas. Ao g1 bahia, a PM informou, na terça-feira, que os agentes seguem afastados das ruas. A corporação não informou quais atividades os PMs tem desempenhado, nem se eles receberam novamente as armas utilizadas na ação.
Repercussão do caso
No dia 24 de julho, dia em que a morte de Gabriel foi confirmada, familiares e amigos do menino protestaram em Lauro de Freitas e bloquearam os dois sentidos da Estrada do Coco, uma das principais vidas do município, por cerca de três horas. No mesmo dia, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, lamentou a morte da criança através das redes sociais e disse que as investigações estão sendo encaminhadas com "prioridade".
"Neste momento difícil, além de enviar meus sentimentos à família de Gabriel e a toda a comunidade de Portão, reforço meu comprometimento com a apuração dos fatos. As Polícias Civil e Técnica já estão atuando, e as investigações estão sendo encaminhadas com prioridade", escreveu o governador.
No dia 25 de julho, o secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, se reuniu com a mãe, a tia e a avó de Gabriel para tratar do caso.
Redação iBahia
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