A morte de uma aluna cadeirante, baleada durante um ataque registrado na Escola Municipal Eurides Santana localizada na cidade de Barreiras, no oeste da Bahia, completou um mês nesta quarta-feira (25). O adolescente de 14 anos, suspeito de cometer o crime, segue hospitalizado em estado grave e sob custódia no Hospital do Oeste. Ele invandiu o local e utilizou armamento do pai para efetuar os disparos no início do horário das aulas.
O caso chamou atenção de toda região, já que o jovem também era aluno da instituição. De acordo com informações da Polícia Civil, enviadas para o g1, a 11ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Barreiras) concluiu o procedimento investigativo e o auto de apreensão em flagrante do adolescente infrator (AAFAI) foi remetido à Justiça no dia 27 de setembro.
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Ainda segundo a polícia, o inquérito policial investiga ainda as circunstâncias em que o adolescente foi alvejado e também a suposta participação de terceiros no ataque. O procedimento ainda está em andamento e o prazo para que seja concluído não foi divulgado.
A vítima foi identificada como Geane da Silva Brito, 19 anos. Ela foi enterrada dois dias depois do crime. O retorno das aulas na escola só aconteceu oito dias após o ataque, com clima marcado pela tristeza e comoção. Um dia antes, foi realizado um culto ecumênico no local, que contou com a presença de pais, alunos, professores e demais funcionários. A celebração foi feita por dois pastores e um diácono.
De acordo com a Secretaria de Educação, Cultura, Esporte e Lazer de Barreiras, alunos, pais e funcionários da escola tem recebido apoio psicológico.
Adolescente segue à disposição da Justiça
Depois que receber alta médica, o adolescente seguirá apreendido. O delegado responsável pelo caso, Rivaldo Luz, disse que já acionou o Ministério Público da Bahia (MP-BA) e a Justiça, com relação ao ataque. "É uma prisão diferenciada, por ele ser menor de idade, mas é uma prisão. Ele está à disposição da Justiça. Estamos em contato com o Ministério Público e o Judiciário, para que a gente consiga mantê-lo apreendido pelo maior tempo possível, até para entender a situação melhor, tomar o depoimento dele e conseguir avançar bastante na investigação", explicou.
O delegado disse ainda que a escola não tinha câmeras internas de segurança, o que dificulta as investigações para saber como foi a dinâmica do ataque. No entanto, as imagens registradas pelos alunos e por moradores, do lado de fora, vão ajudar nas apurações.
Crime
O ataque foi praticado na instituição na manhã de segunda-feira, 26 de setembro. Além do revólver calibre 38, o jovem também usou duas armas brancas. Uma colega cadeirante do atirador morreu na ação criminosa, que começou por volta das 07h. Geane da Silva Brito, de 19 anos, tinha paralisia cerebral e iria fazer aniversário na semana seguinte ao crime.
Ao escutar os primeiros disparos, os jovens que estavam no pátio começaram a correr. Mas, ela não conseguiu se locomover. Após atacar a jovem cadeirante, o adolescente foi baleado 4 vezes por uma terceira pessoa, ainda não identificada. De acordo com o delegado, o adolescente segue hospitalizado no Hospital Geral do Oeste, sob custódia. O estado de saúde dele é grave, mas estável. As aulas da instituição foram suspensas até o dia 3 de outubro.
Geane foi sepultada um dia depois do crime em um distrito de Barreiras. Amigos, colegas de turma e familiares estiveram presentes na cerimônia. O pai da jovem cadeirante contou que queria ter se jogado na frente das balas para salvar a filha.
Cenas de terror. Uma estudante cadeirante foi morta a tiros dentro de uma escola em Barreiras (BA), após um atirador invadir o local. O ataque aconteceu hoje às 7h30, quando os alunos chegavam para as aulas. Outras #TragediasComArmas foram registradas na última semana. #fio ⬇️ pic.twitter.com/hDRY3iTT5M
— Instituto Fogo Cruzado (@fogocruzado) September 26, 2022
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Redação iBahia
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