Um médico atendeu uma paciente caracterizado como uma drag queen no Hospital da Mulher de Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador, após o colega de trabalho dele ser vítima de homofobia, neste domingo (4).
De acordo com um relato divulgado pelo profissional nas redes sociais, a atitude foi um ato de repúdio e em solidariedade ao outro médico. Os dois estavam de plantão na unidade de saúde quando aconteceu a situação.
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"Todos nós sabemos, homofobia é crime... imagina desacatar um profissional que esteja exercendo seu trabalho de forma digna e humana, no seu ambiente de trabalho?".
O médico Carlos Vinícius Costa Lino, que dá vida à personagem Diamann Nefer e usou o perfil da drag para postar a situação, contou que uma paciente teria dito que não gostava de ser atendida por homossexuais e não retirou a fala ao ser confrontada. A mulher é gestante e tinha acabado de sair de uma consulta com a vítima.
"Ela disse que não gosta de ser atendida por homossexual e ele ouviu e pediu que ela se retratasse pacificamente. Ela repetiu", disse.
No vídeo o funcionário público disse ainda que não poderia gravar a consulta, seguindo as normas, mas que estava dando apoio ao colega, que havia deixado o trabalho para prestar uma queixa de homofobia.
"A consulta não poderá ser gravada, mas eu quero deixar aqui o meu apoio ao colega e a todos os homossexuais profissionais que sofrem todos os dias".
Em uma outra postagem, o médico volta e dá detalhes após o atendimento. No vídeo, ele disse que teria conversado com a paciente e que ela se comprometeu a pedir desculpas.
"A gente tem que educar essas pessoas, educar o mundo, para que a gente viva em um mundo melhor", disse.
Após a repercussão do caso, a vítima do ataque também se posicionou. Em um vídeo mais detalhado, que também foi postado no Instagram, o médico Phelipe Balbi Martins contou que é ginecologista e obstetra da unidade desde março de 2022 e que nunca havia vivenciado algo parecido. Assista abaixo
"Imediatamente entrei em contato com a direção da unidade, informei o ocorrido e recebi todo apoio, solidariedade e orientações de prestar queixa na delegacia e na ouvidoria contra a paciente", escreveu.
O médico aproveitou o momento para agradecer o apoio recebido e deixou um alerta para outras vítimas de homofobia. "A luta é diária! Denunciem todo tipo de preconceito e violência. E contem comigo para denunciar também".
No perfil oficial do hospital, a administração se posicionou sobre o caso. Em nota, o hospital repudiou a situação e prestou solidariedade à vítima.
O iBahia entrou em contato com a Polícia Civil para saber sobre o caso, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
Redação iBahia
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