Duas médicas residentes em radiologia denunciaram uma suposta fraude em exames médicos na Bahia. A ação irregular estaria sendo cometida por uma empresa, que presta serviços de telelaudo em Salvador e na Região Metropolitana. Em entrevista ao g1 Bahia, as profissionais afirmam que suas assinaturas e dados profissionais foram usados sem autorização em laudos que não foram feitos por elas. A polícia investiga o caso, que é tratado no momento como suspeita de estelionato.
"Exames foram laudados em meu nome seis meses depois que eu já havia saído da empresa" , afirmou uma das médicas, que não quis se identificar.
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A TV Bahia entrou em contato com a Qualy Medicina Diagnóstica, empresa suspeita da fraude, mas não obteve resposta. Em nota, o Ministério Público da Bahia informou que recebeu uma denúncia crime sobre o caso no dia 6 de junho e que vai avaliar quais medidas poderão ser tomadas.
Relação das médicas com a empresa
Segundo as médicas, a empresa contrata profissionais terceirizados para fazerem análises, à distância, em exames de imagem. Ou seja, os médicos se cadastram no sistema e podem fazer os laudos em suas casas, com os respectivos computadores.
No caso das médicas que denunciaram as fraudes, uma delas trabalhou na plataforma durante 15 dias e depois parou de fazer os laudos por falta de tempo. A segunda profissional se cadastrou, mas nunca analisou nenhum exame.
"Na plataformas existiam sete laudos analisados por mim, estavam com minha assinatura. Mas eu nunca tinha visto esses laudos", afirmou a segunda profissional.
O advogado que representa as médicas informou que o Hospital Santo Amaro solicitou e recebeu os laudos assinados irregularmente pelas profissionais. A entidade foi avisada desde o início da possível fraude. O hospital, por sua vez, informou que, até a apuração dos fatos, suspendeu o contrato com a empresa. Ainda conforme a unidade de saúde, os laudos gerados com as assinaturas fraudadas foram confirmados por outro profissional especializada e estavam corretos.
O Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) disse que foi procurado por três profissionais no final do mês de maio e que realizou uma fiscalização preliminar. O conselho ainda informou que a empresa foi notificada por não ter registro no conselho responsável técnico.
Redação iBahia
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