|
Foto: reprodução / ICMBio |
Milhares de anos de recuperação para a mais antiga reserva natural dos mares brasileiros, o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, no sul do litoral da Bahia. Essa é a previsão de desastre caso os rejeitos de minério que se espalharam com o rompimento de barragens da Samarco em Mariana (MG) atinja os recifes de corais de Abrolhos.
A região é uma das mais importantes para o ecossistema do Brasil e trabalha com ações de proteção a golfinhos e tartarugas ameaçadas que vivem e se reproduzem apenas naqueles corais. Porém com o avanço da lama uma força-tarefa foi montada para reduzir possíveis impactos nas mais de 500 espécies da área. “Se a lama chegar a eles e impedi-los de respirar, serão milhares de anos de recuperação”, disse ao O Globo o professor da Universidade Federal do Espírito Santo Agnaldo Martins.
|
Foto: reprodução / ICMBio |
Em Governador Valadares (MG), um monitoramento realizado na água indicou turbidez (um dos controles de qualidade da água) 80 mil vezes acima do tolerável. A quantidade de ferro encontrada em amostras foi 13,6 mil vezes acima desse limite, e a de alumínio, 6.500 vezes. “Não sabemos a magnitude do impacto, já que não temos certeza sobre o que chegará. Se o padrão de impacto nas cabeceiras se mantiver, será um arraso na fauna e na flora” prevê João Carlos Thomé, coordenador nacional do Tamar/ICMBio, também em conversa com O Globo.
A mineradora Samarco, pertencente às empresas Vale e a anglo-australiana BHP, foi multada em R$ 250 milhões pelo Ibama. A empresa diz estar executando sistema emergencial de monitoramento ambiental. Uma outra empresa foi contratada pela Samarco para diagnosticar a área atingida e elaborar um plano de recuperação.