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Jéssica Senra critica contratação de goleiro condenado

Apresentadora da TV Bahia viralizou nas redes sociais ao fazer um discurso enfático contra o retorno do jogador a posição de 'ídolo'

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Redação iBahia

09/01/2020 às 16:39 • Atualizada em 29/08/2022 às 1:26 - há XX semanas
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"A pessoa que cometeu um erro e já pagou por ele, em termos judiciais, precisa poder refazer sua vida. E, legalmente, não há nenhum impedimento para que ela exerça qualquer profissão que esteja habilitada. Mas, no caso do feminicida Bruno, e a profissão de atleta, isso é moral?", questionou a jornalista Jéssica Senra, apresentadora da TV Bahia, na edição desta segunda-feira (6) do Bahia Meio-Dia.

Foto: reprodução / Instagram

Em seu discurso, que viralizou nas redes sociais, a principal âncora da afiliada da TV Globo na Bahia criticou a possível contratação do goleiro pelo time baiano Fluminense de Feira. "Desejamos e precisamos que pessoas que cometem crimes tenham a possibilidade de refazer suas vidas mas, diante de um crime tão bárbaro, tão cruel, poderíamos tolerar que o feminicida Bruno voltasse à posição de ídolo? Que mensagem mandaríamos para a sociedade?", disse a jornalista, referindo-se ao jogador como "feminicida" durante toda a sua fala.

Após exibir uma reportagem sobre a possível contratação, a apresentadora Jéssica Senra deixou clara a sua posição sobre o assunto e recebeu apoio de muitas mulheres nas redes sociais. Para ela, ele deve ter o direito de refazer a sua vida, mas não em uma posição social de admiração, como a de jogador de futebol.



Depois da repercussão, a jornalista reforçou o seu posicionamento em publicação no Instagram. "Penso que o feminicida deve voltar ao trabalho, mas não no futebol, não como ídolo. Defendo sua ressocialização, mas longe de qualquer torcida. E isso não é a lei que vai decidir. É a sociedade", escreveu.

Bruno foi condenado a 20 anos de prisão por assassinar Eliza Samudio. O crime cometido em 2010 teve repercussão nacional por envolver o então goleiro titular do Flamengo, Bruno Fernandes. Eliza tinha 25 anos à época e um filho com o atleta. Depois de conflitos por conta da gravidez e pedidos para que ela fizesse um aborto, Bruno foi denunciado por ela à polícia por agressão. Mesmo após as denúncias, Eliza foi vítima de cárcere privado, estrangulamento e esquartejamento.

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Eu acredito na recuperação do ser humano. Acredito que a maioria das pessoas merece outras chances depois que comete erros, porque errar é da essência humana. O perdão é um dos sentimentos mais belos que podemos cultivar. Mas perdoar alguém não significa esquecer o que esse alguém fez nem permitir que esse alguém continue em nossa vida. Perdoar e dar uma nova chance não apaga o que foi feito, não se pode fingir que nada aconteceu. Embora juridicamente o cumprimento de uma pena libera o condenado para seguir sua vida normalmente, é socialmente que precisamos pensar no que toleramos ou não. Nem tudo é apenas questão de lei. Há comportamentos legais que são imorais. Um condenado pode e deve ser ressocializado. Deve merecer uma segunda chance. Mas penso que, depois de um crime tão perverso, voltar a ser ídolo, a estar numa posição que lhe confere status de ídolo, é bastante questionável. Penso que o feminicida deve voltar ao trabalho, mas não no futebol, não como ídolo. Defendo sua ressocialização, mas longe de qualquer torcida. E isso não é a lei que vai decidir. É a sociedade. E se ele tivesse estuprado um bebê? O que os “fãs” diriam? Lembro que há pouco mais de dois anos, jogadores foram flagrados num vídeo masturbando uns aos outros no vestiário de um clube gaúcho. Os quatro jogadores foram dispensados. Seus nomes, inclusive, foram poupados para evitar que eles fossem banidos do futebol. E é bom que fique bem claro: eles não cometeram crime algum, não fizeram nada contra a vontade de ninguém! Mas, absurdamente, a homossexualidade ainda é intolerável no futebol. Ser feminicida é aceitável? O que você pensa disso? #NãoAoFeminicídio

Uma publicação compartilhada por Jessica Senra (@jessicasenra) em 6 de Jan, 2020 às 10:55 PST

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