O idoso de 80 anos que foi readmitido em um banco em Feira de Santana, cerca de 100km de Salvador, 59 anos após ser preso pela ditadura, compareceu ao seu primeiro dia de trabalho nesta segunda-feira (15).
Osmar Ferreira foi recebido com aplausos pelos colegas do banco Bradesco. Em 1964, ele passou 12 dias sob tortura do regime militar e foi demitido do emprego pela "acusação" de ser comunista.
Leia também:
O idoso era funcionário no então Banco do Estado da Bahia (Baneb). O bancário, que passava pelo primeiro emprego à época, passou a fazer parte da diretoria da associação dos empregados, que ainda em 1964 virou o sindicato.
Após se consolidar no sindicato, um dia após completa 21 anos, a carreira de Osmar foi interrompida pela ditadura. Com o golpe militar, os sindicatos e associações foram fechados, e ele foi preso por ser diretor sindical e líder de movimento trabalhista.
“Eu estava trabalhando, no dia 8 de abril de 1964, quando entraram um sargento do Exército e dois sargentos da PM com metralhadoras na agência do banco, e eu fui chamado na gerência. Lá eu fui comunicado que deveria comparecer ao 1º Batalhão da Polícia Militar. Virei para o pessoal das Forças Armadas e disse: ‘podem ir, que vou terminar o meu serviço aqui e vou para lá’. Eles disseram: ‘você tem que ir agora’”, disse ao g1.
Osmar conta que foi muito agredido com golpes, a exemplo do chamado "telefone", quando as orelhas são atingidas com tapas ao mesmo tempo.
Depois de ser solto, o jovem Osmar foi demitido pelo Baneb. Desempregado, foi impedido de estudar Direito por 10 anos, pelo então Sistema de Segurança Nacional. Ele passou a atuar como caminhoneiro, junto com o pai.
Dez anos depois, Osmar conseguiu se formar em direito e atuou 39 anos como advogado trabalhista e elitoral. Em 2003, o Ministério da Justiça abriu o processo de anistia, e ele
Redação iBahia
Redação iBahia
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!