Numa cena que mescla aflição e certos comedimentos, um pai relata o drama vergonhoso vivenciado por seu filho: ele é homofóbico. Com esse enredo que desconstrói os sentidos tradicionais da suposta vergonha em ser homossexual, o Grupo Gay da Bahia (GGB) lançou, no último final de semana, às bases da sua nova campanha publicitária: “Ser gay não é estranho. Estranho é ser homofóbico”. Além do vídeo, foram produzidos cartazes, outdoors e panfletos com o intuito de reforçar o combate à discriminação e também de promover a 10º Parada Gay da Bahia, em Salvador, no dia 11 de setembro.
De acordo com o presidente do GGB, Marcelo Cerqueira, a campanha aparece num cenário em que o estranhamento está comprometido em relação a presença dos homossexuais ainda é muito forte: “Mesmo ocupando diversos espaços na vida social, a violência e a intolerância, se fazem presentes no cotidiano. E justamente nessa peça publicitária expressamos o nosso desejo de que a sociedade se envergonhe não dos homossexuais, mas sim dos homofóbicos”. O vídeo será exibido na televisão local e já está disponível para visualização na internet. Crimes de ódio ainda preocupam. Uma das principais ferramentas utilizadas pelo Grupo no conceito da peça foi o relatório, publicado em janeiro, sobre o assassinato de homossexuais no Brasil em 2010. Dados apontados pela entidade mostram que foram cometidos mais de 260 assassinatos de gays, travestis e lésbicas no Brasil no ano passado, 62 a mais que em 2009. “Estamos num ano interessante. Houve avanços, mas também muitos retrocesso como a suspensão do kit anti-homofobia. O que estamos constatando é que a maior visibilidade e afirmação de homossexuais tem levado também a uma maior repressão, traduzida em parte nesses índices”, pontua Cerqueira. Pelo segundo ano consecutivo, a Bahia, seguida de Alagoas, lidera o ranking homicídios. [youtube 4LkA2KkigMY]
Veja também:
Leia também:
AUTOR
AUTOR
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!
Acesse a comunidade