icone de busca
iBahia Portal de notícias
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
Investigação

Governador da BA diz que pedidos de proteção cresceram após morte de Mãe Bernadete

Jerônimo Rodrigues também disse que a SSP-BA segue em busca do segundo executor de Mãe Bernadete

foto autor

Redação iBahia

11/09/2023 às 16:51 • Atualizada em 11/09/2023 às 17:39 - há XX semanas
Google News iBahia no Google News

				
					Governador da BA diz que pedidos de proteção cresceram após morte de Mãe Bernadete
Foto: Reprodução/Redes Sociais

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, afirmou que os pedidos proteção a quilombolas aumentou na Bahia, após a morte da líder religiosa e ialorixá no final de agosto. Além disso, segundo o gestor estadual disse que a Secretaria de Segurança Pública do estado (SSP-BA) segue em busca do segundo executor de Mãe Bernadete. As declarações foram feitas na manhã desta segunda-feira (11).

“Nós estamos no encalço daquele outro. Segundo informações foram dois (executores) e a determinação minha ao secretário de Segurança Pública e à delegada-geral é que a gente vai atrás. Não descansaremos enquanto não entregarmos à sociedade brasileira e baiana este outro criminoso”, disse o governador.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Leia também:

Apesar da declaração feita, Jerônimo Rodrigues não indicou a quantidade de pedidos e feitos quanto a produção a quilombolas. Procurada, a assessoria do Governo da Bahia afirmou que as informações são sigilosas.

Ainda segundo o gestor estadual, o governo da Bahia tem discutido com a ministra Rosa Weber e os ministros Flávio Dino e Rui Costa sobre como a polícia baiana pode ajudar a Polícia Federal nas investigações so assassinato do filho de Mãe Bernadete, Binho, em 2017. O crime ainda não foi elucidado.

“A investigação vai apertar o suficiente para descobrir qual a motivação, se tem, e quem são os mandantes”, afirmou nesta segunda.

"Eu estou colocando a inteligência nossa, e as investigações nossas para ajudar a resolver o problema da investigação da morte do jovem Binho. Como está com a responsabilidade federal, nós queremos ajudar”, completou.

Jerônimo Rodrigues também falou sobre ouros casos de violência no estado, com destaque para a chacina de Mata de São João, que terminou com 10 mortos. O governador disse ter cobrado celeridade nas investigações.

“Foi dentro de casa. Não tem como a gente colocar policial de casa em casa”, ponderou.

Prisões de suspeitos

Na última semana, três homens foram presos na Bahia por envolvimento na morte da líder quilombola e ialorixá Mãe Bernadete. A informação foi confirmada durante coletiva de imprensa da Polícia Civil, nesta segunda-feira (4), para apresentar os avanços na investigação. No dia 31 de agosto, a polícia já tinha informado que os suspeitos de cometer o crime tinham sido identificados.

Durante a coletiva, o Secretário de Segurança Pública do estado, Marcelo Werner, afirmou que os presos tem diferentes participações no crime: (1)Preso suspeito de ser um dos executores do crime; (2) preso por guardar as armas do crime e preso por porte ilegal de arma de fogo; e (3) preso pela receptação dos celulares da líder quilombola e de familiares, roubados durante o homicídio.

Relembre crime

Mãe Bernadete foi assassinada no dia 17de agosto. A ialorixá e líder do Quilombo Pitanga dos Palmares foi atacada a tiros onde morava na comunidade, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador.

Na noite em que os homens invadiram o loca, Mãe Bernadete estava acompanhada de Wellington Gabriel de Jesus dos Santos, de 22 anos, que estava com ela na noite do crime. Além dele, estavam com a ialorixá dois adolescentes de 13 e 12 anos.

Depois de cometerem o crime, o suspeitos levaram os celulares da líder quilombola e dos reféns. Wellington entrou em contato com outras pessoas que vivem no quilombo por meio de um aplicativo de mensagens que estava aberto no computador.

Depois disso, ele deixou os familiares com um vizinho e foi até o terreiro de candomblé, que fica dentro do Quilombo Pitanga dos Palmares. Lá, ele ligou para a polícia.

A Polícia Civil informou, em coletiva no dia 18 do mesmo mês, que as armas utilizadas no crime foram de uso restrito. Investigações preliminares indicam que Mãe Bernadete foi morta com tiros de calibre 9mm.

"A perícia localizou vários vestígios de calibre 9mm. Por essa ser uma arma de uso restrito, ela é usada por indivíduo de índole mais violenta, que tem coragem para cometer o crime, o que requer uma atenção maior da investigação", disse a delegada Andréa Ribeiro, diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Depoimentos

Wellington Gabriel de Jesus dos Santos contou que a ialorixá pensou que estava sendo assaltada quando os criminosos que a mataram invadiram a casa onde ela morava com a família.

"É assalto?", perguntou Mãe Bernadete quando os dois homens armados, usando capacetes de motociclista, a renderam.

Ainda segundo Wellington, os homens pegaram o celular da avó e a mandaram desbloquear o aparelho. Eles também roubaram os celulares dos dois adolescentes e exigiram que eles fossem para um dos quartos da casa.

Depois disso, um dos homens foi até o quarto onde Wellington estava e o mandou deitar no chão, usando uma expressão homofóbica. "Deite no chão, seu viado", exigiu. Ao sair do cômodo, o homem fechou a porta.

Em seguida, o jovem ouviu diversos disparos. Quando ele saiu do quarto, encontrou a avó morta no chão da sala, já morta.

O conteúdo do depoimento foi obtido com exclusividade pelo Jornal Hoje. Ainda segundo o relato do neto da ialorixá, os criminosos tinham entre 20 e 25 anos, eram negros e usavam roupas pretas, capas de chuva e capacetes. Eles entraram e saíram do quilombo usando uma motocicleta.

Wellington disse também que não existe conflito agrário envolvendo o quilombo e que não se recorda de inimizades ou ameaças recebidas pela avó. No entanto, ele mencionou que Mãe Bernadete tinha muitos medos. Especialmente após o assassinato do filho dela, que também é pai de Wellington, o "Binho do Quilombo".

O jovem ainda relatou à polícia que Mãe Bernadete "pegava no pé" de um policial militar da reserva que mora perto do quilombo. Os dois teriam muitos desentendimentos.

Pedidos de proteção

No dia 30 de agosto, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) informou que o assassinato da líder quilombola Mãe Bernadete, e do filho dela "Binho do Quilombo", morto em 2017, serão acompanhados pelo Observatório das Causas de Grande Repercussão. O colegiado é formado pela entidade e pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

Ainda na quarta-feira, o advogado David Mendez, que representa a família de Mãe Bernadete, pediu para ser beneficiados no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH), do governo federal. Ele afirma ter sido perseguido quando voltava da sede do quilombo onde Mãe Bernadete foi morta.

Mãe Bernadete também fazia parte de programa de proteção da polícia, segundo informações da família dela. A família da ialorixá deixou a comunidade quilombola após o crime, por medo, e está sob proteção da Polícia Militar.

Foto do autor
AUTOR

Redação iBahia

AUTOR

Redação iBahia

Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!

Acesse a comunidade
Acesse nossa comunidade do whatsapp, clique abaixo!

Tags:

Mais em Bahia