A defesa de paciente gestante investigada por suspeita de homofobia contra médico gay, no Hospital da Mulher, em Feira de Santana, a 100km de Salvador, afirma que ela não recusou atendimento devido a orientação do médico, e sim por ele ser homem. Caso aconteceu no último domingo (4).
No momento, caso é investigado pela delegacia da cidade. Segundo o advogado da paciente, Armênio Seixas, a paciente foi exposta poucos dias antes de dar à luz, momento em que deveria ser acolhida pela equipe médica.
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Ao g1, o médico argumentou ainda a paciente foi desrespeitada ao ser atendida por um médico. Ele pontuou ainda que irá adotar medidas contra o médico que fez o relato de ofensa homofóbica e contra o que usou uma peruca para fazer o atendimento da mulher.
O diretor do hospital, Francisco Mota, reiterou o posicionamento de que houve homofobia no posicionamento da paciente. Além disso, ele pontua que não o médico não errou ao usar peruca e batom para atender a gestante.
"O hospital entende que não há dúvida do caso de homofobia, tanto que, quando acionado, eu orientei o médico de que fosse à delegacia para registrar a queixa. Agora cabe à polícia investigar e à Justiça julgar, se for o caso. Não há nenhuma falha ética no atendimento do colega ela. Em nenhum momento ofendeu a paciente", pontua ele.
"Em relação à paciente, ela está recebendo todo atendimento como foi desde o início. Em nenhum momento ela foi exposta. A paciente foi atendida como todas as pacientes da unidade", complementou o diretor do hospital. Luciana Assis, advogada do hospital, ressaltou ainda que, por ser uma instituição pública, não é possível que a paciente escolha o gênero do médico pelo qual será atendida.
"O Hospital da Mulher é um hospital público e atende 82 municípios. Nós não temos como escolher qual o médico irá atender cada paciente. Nós atendemos a questão da saúde que a paciente apresenta", argumentou ela.
Relembre o caso
Caso aconteceu no domingo (4), e foi registrado em delegacia na segunda-feira (5). A polícia investiga os crimes de homofobia e desacato a funcionário público no exercício da função. Também foi realizado um registro da suposta discriminação também foi feito na ouvidoria do hospital.
A gestante foi atendida pelo médico Phelipe Balbi Martins, durante processo para iniciar o internamento para o parto do bebê. O médico realizou os exames laboratoriais e solicitou uma cardiotopografia, que monitora os batimentos cardíacos do bebê, movimentos e oxigenação.
Assim que saiu da sala do obstetra para que exame fosse feito, a paciente proferiu o insulto homofóbico contra o profissional, que é gay e ouviu a ofensa. Caso repercutiu nas redes sociais após um colega de Phelipe, o médico Carlos Vinícius Costa Lino, postar um vídeo caracterizado como Drag Queen. O profissional contou que tomou a atitude como ato de repúdio diante da postura da paciente e em solidariedade ao colega.
"Todos nós sabemos, homofobia é crime... imagina desacatar um profissional que esteja exercendo seu trabalho de forma digna e humana, no seu ambiente de trabalho?", disse ele em vídeo, publicado nas redes sociais.
Carlos Vinícius dá vida à personagem Diamann Nefer e usou o perfil da drag para postar a situação. Além disso, ele contou que a paciente teria dito que não gostava de ser atendida por homossexuais e não retirou a fala ao ser confrontada.
Redação iBahia
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