As equipes das polícias Militar, Civil, Técnica e Corpo de Bombeiros suspenderam as buscas pelas vítimas da tragédia do naufrágio em Mar Grande na noite desta quinta-feira (24) e retomarão as atividades nesta sexta-feira (25). A Marinha do Brasil informou que aumentará o campo de procura por possíveis sobreviventes e corpos. “As buscas foram iniciadas ao redor da embarcação e nós iremos ampliar o campo, de forma a cobrir a maior área possível”, informou o capitão de fragata Flávio Almeida, do 2º Distrito Naval. No entanto, Almeida não detalhou a extensão das buscas daqui para a frente.
Ainda segundo ele, os esforços estão voltados para as vítimas, mas a Capitania abrirá um inquérito administrativo para investigar o ocorrido. Para tanto, a embarcação será periciada e as testemunhas do acidente deverão ser ouvidas. “Nossa apuração será própria, o que não impede e nem afasta outras investigações por outros órgãos responsáveis. Nós vamos apurar tecnicamente, com pessoas habilitadas, para ver o que aconteceu com a embarcação e porquê ela veio a naufragar”, disse.
As buscas estão sendo feitas com apoio de quatro navios da Marinha do Brasil e outros cinco da Capitania dos Portos, totalizando nove embarcações que envolvem 130 militares. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, foi disponibilizada uma estrutura de apoio com 115 policiais, 15 viaturas, três motocicletas, duas aeronaves, dois quadriciclos, uma lancha, uma base móvel e um caminhão tanque. Além disso, o Corpo de Bombeiros enviou 13 mergulhadores para a procura de sobreviventes.
Resgate
Pescadores e moradores auxiliaram no resgate levando as vítimas para a areia da praia. Moradores de Mar Grande foram para o pier assim que souberam do acidente. Embarcações particulares tentaram se aproximar do local do naufrágio para ajudar a socorrer as vítimas.
"Quando eu percebi que tinha virado, eu já estava embaixo da água, tentando respirar, e não conseguia. Eu pedi tanto a Deus que eu suspendi a cabeça e tive a respiração. As madeiras começaram a quebrar. O barco começou a desmanchar", contou, emocionada, a faxineira Morenita Santana, 35.
Cinco lanchas, quatro navios da Marinha, com mergulhadores, e 130 militares participam do trabalho de resgate. Três navios da Base Naval de Aratu e três lanchas da Capitania dos Portos foram deslocadas para o local do naufrágio para auxiliar nas buscas.
"Nós recebemos um chamado de emergência via rádio por volta das 8h e, em seguida, mandamos três embarcações de resgate, imediatamente. Três navios da base com médico a bordo e todo aparato para dar socorro está a caminho. Também acionamos outros órgãos como o Graer, Samu e Bombeiros", disse o capitão-tenente da Marinha, Fernando Jeann Tôrres Araújo.
Sobreviventes
Os sobreviventes do naufrágio da lancha Cavalo Marinho I começaram a chegar em Salvador por volta das 9h30. Ao desembarcar no Terminal Marítimo, as vítimas foram colocadas dentro de ambulâncias do Samu. No local, tinha três ambulâncias do Samu e uma do Corpo de Bombeiros.
Um bebê de um ano, que havia sido resgatado do naufrágio, não resistiu e morreu por volta das 11h. Equipes do Samu tentaram reanimar a criança, que já chegou ao terminal sem os sinais vitais.
No Terminal Marítimo de Salvador a comoção era grande. Familiares e amigos foram ao local para acompanhar a chegada dos sobreviventes. Muitas pessoas choraram ao reencontrar os parentes.
Quem também estava na lancha no momento do acidente foi o produtor musical, Mateus Alves Ramos, 23. Ele pegou a lancha de 6h30. Seu pai, Marival Ramos, pegou a de 6h. Assim que soube do acidente, Marival foi para o terminal marítimo da capital, para onde os sobreviventes estão sendo levados.
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Redação iBahia
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