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É seguro tirar a máscara? Especialistas opinam sobre liberação

Ao menos cinco estados, além do Distrito Federal, já liberaram uso da máscara; na Bahia, não há previsão para reflexibilização

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Redação iBahia

10/03/2022 às 16:36 • Atualizada em 26/08/2022 às 18:10 - há XX semanas
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Foto: Divulgação / Secom
Com o avanço da vacinação e a redução do número de casos de Covid-19 após um novo pico causado pela variante Ômicron, a liberação da obrigatoriedade do uso de máscara começou a entrar em discussão. Ao menos cinco estados, além do Distrito Federal, já autorizaram os cidadãos a não utilizar o equipamento em ambientes abertos.

Na Bahia, no entanto, ainda há previsão de quando o decreto que obriga o uso de máscaras em espaços fechados e também abertos deixará de existir. De acordo com a Prefeitura de Salvador, a capital baiana segue o mesmo caminho.

Em nota, a Secom informou que "o decreto municipal determina a exigência do uso de máscara em ambientes abertos e fechados (a exemplo de ruas, parques, praças, escolas, repartições públicas e estabelecimentos comerciais), para evitar a disseminação da Covid-19". E que por isso "não há indicação, neste momento, de suspensão do uso deste equipamento de proteção individual (EPI)".

Mas qual é a decisão mais indicada? Infectologistas ouvido pelo iBahia ainda têm ressalvas em relação a medida de relaxamento. Para Fernanda Grassi, da Friocruz, apesar do número de casos caindo de maneira progressiva, é necessário ter precaução na "volta da normalidade".

"Acredito ser precipitado retirar as máscaras. Ainda não temos uma cobertura vacinal tão extensa, especialmente quando falamos de dose de reforço e vacinação de crianças. Precisava ter mais segurança para dar esse passo", opinou. No entanto, a infectologista crê que "estamos caminhando" para ter essa confiança.

Grassi ressalta ainda que não é possível por enquanto mensurar o impacto das festas de carnaval em diversas partes do país, que podem causar uma nova onda de casos.

O infectologista Claudilson Bastos também considera esta liberação precipitada. "Crianças não foram totalmente imunizadas, por exemplo. A gente precisa ter uma imunidade completa para a partir daí avaliar as três medidas principais: distanciamento, higienização das mãos e uso de máscara".

Segundo o especialista, o ideal é que o número de pessoas completamente imunizadas - incluindo com dose de reforço - seja de cerca de 80%, contando com crianças.

Já o infectologista Bruno Fernando Buzo acredita que retirar a máscara seja um caminho natural com o avanço da vacinação no país. Porém, o especialista ressalta que a flexibilização deve ser gradual. "Primeiro aumentamos o número de participantes em eventos, depois libera o uso de máscara em espaço aberto, para depois haver uma liberação no espaço fechado, corporativo", explicou.

Foto: Divulgação / Secom

Grupos de riscos
Os especialistas são unânimes em dizer que pessoas no grupo de risco - idosos, gestantes, imunossuprimidos e pessoas comorbidades - idealmente devem manter o uso da máscara, especialmente em espaços fechados, independentemente dos decretos.

"Isso não significa que essas pessoas precisam ficar trancadas em casa, mas quando for sair o recomendado é usar máscara e quem for encontrar com pessoas nestes grupos de risco, também fazer uso", ponderou Fernanda Grassi.

A recomendação inclui pessoas que não estão com o ciclo vacinal completo e também crianças. No Brasil, atualmente, menos de 50% daquelas de 5 a 11 anos tomaram uma dose da vacina.

Situação do momento
Nas últimas 24 horas, o Brasil registrou 652 mortos por Covid-19. A média móvel voltou a ficar acima de 500 após seis dias.

Em relação a vacinação, 84,1% dos brasileiros receberam pelo menos uma dose do imunizante e 73,6% com as duas doses. E apenas 32,2% do país tomou a dose de reforço.

Na Bahia, de acordo com dados da Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab), 81.76% dos baianos receberam duas doses ou a dose única da vacina. Em relação a terceira dose, o número cai para 36%.

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