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BAHIA

'Direito desde 2015': Entenda polêmica com placa que reafirma uso de banheiros por trans e travestis em shopping na Bahia

Campanha criada pelo estabelecimento para celebrar o mês do orgulho LGBTQIAPN+ foi alvo de críticas nas redes sociais nesta semana

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Alan Oliveira

16/06/2022 às 6:00 • Atualizada em 26/08/2022 às 18:55 - há XX semanas
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					'Direito desde 2015': Entenda polêmica com placa que reafirma uso de banheiros por trans e travestis em shopping na Bahia
Foto: Divulgação

Uma ação desenvolvida pelo Parque Shopping Bahia para celebrar o mês do orgulho LGBTQIAPN+, comemorado em junho, gerou polêmica nesta semana.

Tudo começou na última segunda-feira (13), depois que o estabelecimento instalou nos banheiros placas que reafirmam o uso dos locais por pessoas trans e travestis, de acordo com o gênero que se identificam.

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A campanha foi instalada em todos os banheiros do shopping, que fica localizado na cidade de Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador, e começa com: "Todos são bem-vindos".

Depois, o estabelecimento diz: "No Parque Shopping Bahia você é livre para usar o banheiro correspondente ao gênero com que se identifica". Seguido de: "Transfobia não!".

Texto suficiente para levantar a discussão sobre o tema entre conservadores dentro e fora do município, que movimentaram as redes sociais.

O que muita gente não sabe ou não entende é que esse é um direito assegurado à população trans e travesti pela Justiça há 7 anos.

De acordo com o presidente da Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero, da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Bahia (OAB-BA), Ives Bittencourt, entre outras decisões sobre o assunto, uma resolução de janeiro de 2015, do Poder Executivo (Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República), estabelece que:

“Deve ser garantido o uso de banheiros, vestiários e demais espaços segregados por gênero, quando houver, de acordo com a identidade de gênero de cada sujeito”.


				
					'Direito desde 2015': Entenda polêmica com placa que reafirma uso de banheiros por trans e travestis em shopping na Bahia
Foto: Divulgação

A entidade é um dos grupos de proteção à comunidade LGBTQIAPN+ que se posicionaram sobre o caso. Em entrevista ao iBahia, Ives Bittencourt reforçou a resolução.

"Esse direito já é garantido desde 2015. Já é uma prática. As pessoas cis [que possuem identidade de gênero correspondente ao gênero que nasceu] convivem com as pessoas trans nos toaletes. As pessoas trans e travestis frequentam os banheiros, conforme elas se identificam", disse.

O advogado também defendeu o shopping. "A gente está se movimentando. Já fizemos nota de apoio. Outras comissões também já fizeram nota de apoio ao shopping, e a tendência é que esse tipo de atitude do shopping cresça. Assim a gente educa a sociedade, assim a gente melhora, assim a gente cresce, combatendo o preconceito", completou.

Em nota, a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia (SJDHDS), do Governo do Estado, também manifestou apoio ao Parque Shopping Bahia, e repudiou situações de transfobia.

"Travestis, homens e mulheres trans são constantemente discriminados e a ação do shopping mostra um avanço numa questão que não cabe apenas ao poder público, mas a toda sociedade. É fundamental garantir o direito de pessoas que ainda hoje são vítimas de violações apenas por serem quem são. A SJDHDS repudia toda e qualquer forma de transfobia", dizia o comunicado.

Já o empreendimento disse, também em nota, que a ação tem como objetivo "ampliar a conscientização e reforçar as discussões" sobre o tema, e informou que "continuará trabalhando para proporcionar ambientes seguros e inclusivos a todos os clientes".

Para denunciar

Ainda segundo Ives Bittencourt, em caso de transfobia, denúncias podem ser feitas por meio do Disque 190, com a Polícia Militar, e Disque 100, com a Ouvidoria de Direitos Humanos.

O presidente da Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero orienta também que um boletim de ocorrência seja registrado na delegacia mais próxima, para que a Polícia Civil apure o caso.

Atendimento jurídico pode ser acionado gratuitamente por meio da Defensoria Pública ou núcleos de atendimentos jurídicos.

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