Dilma diz que politização do Judiciário é voltar na história

A presidenta Dilma Rousseff criticou nesta sexta-feira (18) durante a entrega de casas do programa Minha Casa Minha Vida, em Feira de Santana, que há politização em ações de investigação no Brasil. “O meu governo garantiu a autonomia para a Polícia Federal investigar quem fosse necessário, o meu governo respeita o Ministério Público e respeita o Judiciário. Agora, nós consideramos uma volta atrás na roda da história a politização de qualquer um desses órgãos”, disse.Dilma alertou que grampear o presidente fere a lei de segurança nacional. "Em muitos lugares do mundo, quem grampear um presidente vai preso. Se não tiver autorização judicial da Suprema Corte. Vou dar um exemplo para vocês: grampeia o presidente da República nos Estados Unidos e veja o que acontece com quem grampear. É por isso que eu vou tomar todas as providencias cabíveis nesse caso."

Dilma entregou unidades do Minha Casa, Minha Vida em Feira de Santana nesta sexta (16)(Foto: Mateus Pereira/GOVBA)

"Essa conversa [de Dilma com Lula] apareceu gravada, grampeada, e ai é um fato grave. Grampo na Presidência da República ou para qualquer um de vocês não é algo licito. É algo ilícito. E é previsto como crime na legislação. O grampo à minha pessoa não é por ser eu, Dilma, é por eu ser presidenta", afirmou a presidente.Em seu discurso, ela também destacou que membros do Judiciário e do Ministério Público têm prerrogativas que garantem sua isenção para que não sofram pressões.“Nada, nem ninguém, pode defender uma justiça ou um a polícia que seja a favor de além por critério político”, afirmou, ao entregar unidades habitacionais no Residencial Viver Alto do Rosário, em Feira de Santana, na Bahia. A cerimônia de entrega aconteceu às 11h.A entrega de 900 unidades acontece de forma simultânea em outras cinco cidades: Teresina (PI), em Itabuna (BA), em Ananindeua (PA), em Itapeva (SP) e em Suzano (SP). Em seguida, a presidente viajou a Salvador, de onde retorna para Brasília ainda hoje, e segue com seus compromissos normalmente.Na quinta-feira (17), a Câmara dos Deputados aceitou a proposta de impeachment de Dilma. Caso o Senado concorde com a abertura do processo, Dilma será afastada do cargo por até 180 dias, tempo máximo para conclusão da investigação. Nesse período, o vice Michel Temer (PMDB) vai assumir a Presidência.