A delegada da Polícia Civil Maria Selma Pereira Lima, que é investigada por suspeita de integrar um esquema de furtos, roubos e clonagem de veículos em Salvador, teve a perda do cargo decretada pela Justiça. A informação foi divulgada pelo Ministério Público (MP-BA) nesta terça-feira (13). A decisão cabe recurso.
Além da perda da função pública, a delegada foi condenada a 8 anos de prisão e pagamento de multa, pela prática dos crimes de falsificação de documento público, falsidade ideológica, uso de documento falso, denunciação caluniosa, usurpação de função pública e fraude processual. O valor não foi detalhado.
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Segundo denúncia do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco), do MP-BA, a delegada e outros três homens estariam envolvidos no crime. O esquema foi alvo da “Operação Dublê”, em 2020. Desde então, ela estava afastada do cargo.
Segundo as apurações do Gaeco, a delegada se utilizava das prerrogativas de ser delegada e da influência que gozava na Polícia Civil para garantir a impunidade do grupo criminoso e facilitar a execução e proveito dos crimes.
Em uma das ações, ela teria falsificado documentos de terceiros para possibilitar a devolução ilegal de um carro clonado apreendido pela polícia com membros da quadrilha, além de ter introduzido uma pessoa ligada ao grupo criminoso no ambiente da polícia, a acompanhando, como se fosse policial, portando armas e auxiliando-a nas ações de favorecimento ao grupo criminoso.
Além de Maria Selma Lima, a Justiça condenou Pedro Ivan Matos Damasceno a 15 anos e dois meses de prisão pelos crimes de furto, corrupção ativa, denunciação caluniosa, posse ilegal de arma de fogo, falsificação de documento público, falsidade ideológica e adulteração de sinal identificador de veículo automotor.
Ainda conforme o MP-BA, também foi condenado Cláudio Marcelo Veloso Silva a prestação de serviços à comunidade e limitação de final de semana, pelo crime de usurpação de função pública.
A reportagem não conseguiu contato com os envolvidos. Após a divulgação da decisão, a delegada compartilhou no perfil do Instagram uma mensagem falando sobre verdade. "Há três coisas que não podem ser escondidas por muito tempo: o sol, a lua e a verdade".
Na quarta-feira (14), a defesa da delegada se pronunciou sobre o caso. Veja nota abaixo:
"A defesa da delegada Maria Selma esclarece que ela não perdeu a sua função pública e que a condenação resultou de sentença equivocada, que deixou de proceder à análise de todos os aspectos da prova, razão pela qual interpôs recurso de apelação confiando que o Tribunal de Justiça reconheça a inocência da mesma e reforme a sentença de primeiro grau que ficará suspensa até o trânsito final do processo."
Redação iBahia
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