A 10 ª Parada Gay da Bahia levou o colorido e a diversidade prometidos às ruas do Campo Grande, na capital. Com o tema "Ser gay não é estranho. Estranho é ser homofóbico", mais de 800 mil gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e simpatizantes protestaram com alegria e irreverência - sob o sol quente deste domingo, 11.
Confira galeria completa de fotos!Pelas ruas, que facilmente se confundiam com a agitação do período carnavalesco, o público não só apreciava, mas se exibia - sem nem correr o risco de passar despercebido. "Trago o luxo pras ruas da parada. Sou transformista desde que nasci, vivo pra isso" diz a Drag Queen Yarley Schnider, de 42 anos. Também por perto, a quase boneca de cera "Ludmila Stryker" fazia seus enormes cilhos disputarem com o look brilhoso da coelga. "Faço cover da Britney Spears. Me visto assim porque gosto, sou extravagante também no dia a dia. Mas na parada posso me mostrar, encontrar os amigos, me divertir. Frequento há 5 anos e pretendo vir sempre", declara ela, que abominou sua versão 'ele' até da identidade. "Sou Ludmila, Ludmila Stryker e só". ratifica.
Grupos de amigos, famílias inteiras, casais e crianças também formavam o quadro peculiar da festa. Um casal em especial, tinha motivos especiais para comemorar. "Venho há dez anos, em todas as edições do evento. Eu e meu marido noivamos há dois anos atrás, no dia da Parada, e agora, casados, também viemos apreciar." diz a estudante Rafaela Morais, abraçada com o amado, André Luis." O mais legal daqui é a diversidade, a alegria. É uma festa muito bonita", afirma André.
Em cima do trio ofiial da GGB (Grupo Gay da Bahia) os ícones do protesto também faziam parte da festa. Luis Mott, fundador do grupo, literalmente levantava a bandeira da causa, enquanto admirava a dimensão do carnaval em forma de protesto "Esses quase um milhão de pessoas fala por sí só. A Bahia ainda tem um longo caminho a percorrer, precisamos oferecer preservativos nas saunas e boates gays, entre outras providências que precisam estar nas atas dos parlamentares que nos representam", declara. Não menos orgulhoso e também em cima do trio, Jean Wyllys - ícone baiano na causa, comenta a diferença do público gay baiano para o público gay do resto do país. "O GGB foi o primeiro grupo oficialmente criado pela causa. A Bahia vive uma dicotomia, já que é ao mesmo tempo pioneira na luta contra a homofobia, e o estado com maior índice de violência contra os homossexuais". Sobre a direta associação de sua postura no parlamento com a causa, Jean se orgulha, mas pondera. "Defendo sim a causa e essa é minha principal bandeira. Não quero usar disso para me reeleger, o que realmente quero é que esse legado fique para os próximos candidatos".
A festa, com diversidade musical semelhante a diversidade de gêneros, começou oficialmente por volta das 15h, quando Patrícia Nuno, madrinha da edição deste ano, recebeu a faixa e se declarou para o público. "Recebi este convite como um convite de casamento. Estou casada com a causa LGBT e me sinto protetora de vocês", disse. Desde então, a luta colorida e animada contra a homofobia, seguiu desfilando diversidade pela Avenida Sete de Setembro até a Praça Castro Alves, onde retorna ao começo do percurso.
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