Se você não é evangélico nem muito tradicional, deve estar achando tudo isso uma tremenda loucura. Mas, acredite, tem muita gente esperando por essa Bahia afora. Fácil não é, mas cada um tem a sua estratégia. A administradora Zandra Daiane Santana, por exemplo, nem beijava na boca, para não cair em tentação. Antes de subir ao altar com o marido, Rodrigo, eles namoraram por dois anos e meio. À moda antiga. “Só selinho, uma vez na vida, pra não cair em tentação. Tinha o carinho, o sentar junto. Namoro tem outras coisas que não a pegação. As pessoas focam muito nessas coisas”, defende. Casaram-se há seis anos. Ela, aos 25, virgem. Ele, 28, nem tanto. “Ele só conheceu Jesus depois que já tinha vida ativa, mas depois que entregou a vida dele, ficou cinco anos na espera”, explicou a mulher, que faz parte da Igreja Batista.
O relacionamento, garante, sempre esteve longe de ser sem emoção. “Quando o vi a primeira vez foi paixão à primeira vista. Sempre tive queda por homens carecas e gordinhos. Ele era só careca, mas gostei dele e comecei a me aproximar”, conta. O pedido de namoro só veio muito tempo depois, quando ela foi cantar na igreja do bairro dele. É que entre o gostar e o namorar, os crentes obedecem a todo um ritual. “Quando você se interessa por alguém, tem um período de oração. Você pede a Deus uma confirmação para saber se pode iniciar o relacionamento”, explica a estudante Vanessa Barreto, 20 anos, evangélica de Feira de Santana e também esperando. Mas, como assim, uma confirmação? “Você ora e pede um sinal, e o sinal de Deus chega até você. Para isso tem que ter alguma coisa em comum, tudo acontece certinho. Vem de Deus”, acredita. Após o tal sinal, espera-se que o escolhido também esteja orando por você, e aí... é correr pro abraço, correto? Não. Quando duas pessoas evangélicas decidem iniciar um relacionamento, o pastor tem que ser comunicado. Assim, além de dar o sinal verde, ele também passa a orar pelo casal. Que está liberado para... esperar! Foi assim com a também estudante de Feira Franciana Souza da Silva, 21 anos, cinco deles namorando com um rapaz de 22. Ambos virgens. “Quando a gente começou a namorar, era bem novinho, não pensava nisso. Depois, fomos nos firmando na palavra de Deus e resolvemos que ia ser uma base de vida para a gente”, explica. A estratégia para resistir é simples. “A gente vive mais como amigo do que como namorado. Fica mais fácil. Existe o desejo, mas a gente controla”, explica. Para os homens, deve ser mais difícil, você deve ter pensado. Não para Álvaro Dias, 19 anos, virgem de Vitória da Conquista. “Antes, eu não acreditava nisso, mas, ao longo do tempo, fui percebendo que amor é o que a Bíblia diz”, defende. Segundo ele, os amigos não fazem chacota, pois a maioria também é da igreja. Venda de produtos ajuda na divulgação do movimento O Movimento Eu Escolhi Esperar, além de conquistar seguidores, vem ganhando também o mercado religioso. No site oficial do movimento há uma loja virtual onde se encontra camisas, anéis, chaveiros, bottons, adesivos, CDs, livros tendo o relacionamento amoroso como tema principal, gargantilhas e até combos de DVDs com mensagens que fortalecem a ideia da relação sexual após o casamento. Há itens com preços variáveis de R$ 15 a R$ 84,90. O site aceita, inclusive, todos os tipos de cartões e os pagamentos também podem ser via boleto bancário.Na lista dos produtos mais vendidos estão as pulseiras de borracha (R$ 7,50) e os títulos: Livro para Elas - Eu Escolhi Esperar (R$ 24,90), Livro Eu Escolhi Esperar (R$ 24,90) e o Livro Enquanto Você Espera (R$ 24,90). A campanha, que atua e orienta a vida sentimental dos seus adeptos, lançou recentemente um DVD (R$ 24,90) de mensagens sobre sexo para quem ainda não casou. Matéria original do Correio Conheça baianos que, assim como David Luiz, também escolheram esperar
Zandra e Rodrigo esperaram a noite de núpcias por dois anos e meio |
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