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Coluna ValoRH - Ética e Moral;a vida em sociedade e as profissões

Autor reflete sobre o que estamos fazendo para construir a sociedade que queremos

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08/05/2013 às 7:35 • Atualizada em 29/08/2022 às 6:48 - há XX semanas
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Todos os dias as pessoas comuns (nós) praticam certas ações, sejam elas no cotidiano da sociedade sejam nas atividades das organizações. Nesse contexto é comum verificar alguém sempre querendo levar algum tipo de vantagem – ser mais esperto. O “furar” a fila, estacionar em local proibido, não usar o cinto de segurança, o uso do “carteiraço” – você sabe com quem está falando? O uso da posição social ocupada (cargo ou função na sociedade) para tirar proveito, humilhar ou discriminar outras pessoas. O uso das filas, vagas em estacionamentos ou assentos em coletivos, destinados para idosos ou portadores de necessidades especiais, por pessoas sem a necessidade. Nas organizações o QI (quem indica), o “jeitinho”, o “pistolão”, o poluir o ambiente, a exploração do trabalhador, a humilhação profissional e muitas outras práticas condenáveis. Essas atitudes “comuns” ou “normais” em nossa sociedade são sintomas que apresentam uma sociedade que está “doente”. Doente por falta de coletividade, por falta de civismo, de respeito para com nossos semelhantes.
É preciso retomar ou revisitar os conceitos e fundamentos éticos e morais construídos ao longo da história da humanidade que servem de orientação para as condutas humanas, na busca por uma sociedade melhor para viver o agora ou na construção de uma sociedade melhor para as próximas gerações. Uma melhor compreensão dos preceitos éticos e morais podem nos ajudar nessa construção. Ética, por exemplo, em seu sentido mais amplo é a ciência da conduta humana perante os seus semelhantes. A palavra ética é derivada do grego ethos que significa “modo de ser ou caráter”. Já a palavra moral vem do latim mos ou mores que significa “costume ou costumes” – nesse sentido, moral como conjunto de normas ou regras adquiridas por hábitos. Assim, ethos e mos ou mores se assentam sobre o caráter e costume dos homens, como uma forma de guiar o comportamento humano. A atividade ética se materializa pela vontade ética de uma sociedade (aquilo que ela valoriza), que é construída e refletida pelas suas ações e práticas do dia a dia (o trânsito, a gentileza, o respeito aos idosos, a não discriminação etc.). Portanto, deve haver um sentimento social de construção dos princípios éticos. O valor ético do esforço humano é, pois, variável de acordo com o seu alcance em face da comunidade (o bem de todos). Isso reflete aqueles valores que uma determinada sociedade destaca: ter respeito aos semelhantes, ser honesto, ser solidário, entre tantos outros.
"A moral de forma mais prática existe para conduzir o homem no cumprimento de sua função social"
A construção da organização social – o valor do trabalho, a dignidade, a liberdade e a fraternidade, por exemplo, foi uma conquista do progresso humano, como continuará a ser em sua evolução, na definição cada vez maior, das funções dos cidadãos. É assim que a ética simplificadamente vai se apresentar, interferir e orientar. A moral de forma mais prática existe para conduzir o homem no cumprimento de sua função social. Tem como função de espelhar um conjunto de normas (escritas e não escritas) aceitas de forma livre e consciente, para regular o comportamento dos indivíduos em sociedade. Nesse sentido, analisa e conduz as vontades, os desejos e as atividades humanas buscando sempre um desempenho virtuoso do homem em face de suas intenções e atuações (atividades práticas do dia a dia) sejam relativos à sua própria ação (atitude ou decisão) ou em face da comunidade (família, empresa, instituições), com as quais está envolvido. O dever para consigo e para com os outros - de fazer o “bem”, o “certo” e o “justo” - provém e se consolida de tal forma em sua consciência que passa a ter o poder de costume (hábito) que se manifesta como um imperativo (obrigação) natural nos cidadãos e em suas tarefas sociais e nas profissões. Uma classe profissional, por exemplo, caracteriza-se pela sua homogeneidade do trabalho executado e pela natureza do conhecimento exigido, preferencialmente para tal execução, e pela identidade de habilitação para o exercício - administradores, contabilistas, economistas, engenheiros, servidores públicos e outros - são exemplos de classes profissionais. Ética nas profissões Nessas classes sociais mais organizadas e especializadas, as relações de valor que existem entre o ideal moral traçado e os diversos campos da conduta humana podem ser reunidas em um instrumento regulador: o código de ética. É uma espécie de contrato da classe que rege o código de ética profissional e as relações das profissões com a sociedade. Cada classe profissional possui seus órgãos de fiscalização do exercício da profissão e são os guardiões de tal peça magna, procurando garantir os cuidados e zelo de cada profissão com a sociedade. Exemplos disso são os conselhos: Conselho Federal de Administração (CRA), Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Conselho Federal de Medicina (CRM) e outros. Os códigos de ética são instrumentos formais que devem reger as profissões em suas relações com a sociedade e com a própria categoria profissional. O destaque pela profissão. A elevação do seu nível moral. Ser contributivo para a sociedade. Alguns códigos de ética possuem o que se chamam virtudes básicas de uma profissão: o zelo, a honestidade, o sigilo, a competência. Também trazem as virtudes complementares: a orientação e assistência aos outros, o coleguismo, a classe, a remuneração e a resposta à sociedade. Assim, a ética como uma ciência e a moral como prática social procuram orientar a conduta humana. As premissas básicas desses dois vetores sociais são de regular a vida em sociedade para que essa sociedade possa conviver melhor. Melhor no sentido do bem comum, do respeito pelos outros, pela liberdade, igualdade, inclusão e de tentar por um “freio” nas irracionalidades humanas – egoísmo, individualidade, desonestidade, discriminações etc. Diante dessas reflexões fica a indagação: qual a construção ou moldura de sociedade que queremos? E qual a que estamos construindo? Leia as colunas anteriores: Choque de gerações no ambiente de trabalho: como sobreviver e se aproveitar desta realidade Profissões saturadas: processar ou produzir?
Administrador, mestre em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS (2000) e Doutorando no Programa de Desenvolvimento Regional e Urbano da UNIFACS. Atua como Analista de Correios na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, professor de graduação e pós-graduação e Consultor da ValoRH.

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