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Caso Ingá: 'Ele é cristão’, diz pai de Luiz que afirma ataque a site ser obra de hacker

O Inema não confirmou versão e iinformou que a Prodeb, que hospeda o site, já antecipou que, nas 48 horas anteriores à publicação do material na página, o sistema não foi invadido por hackers

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01/07/2011 às 6:29 • Atualizada em 27/08/2022 às 9:51 - há XX semanas
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Antonio Carlos Gomes de Cerqueira foi o primeiro a ouvir os lamentos do filho Luiz Carlos Batista de Cerqueira e o primeiro a sair em sua defesa. Ontem, ele começou a peregrinação para defender Luiz, que teve seu nome ligado a publicações de material pornográfico, na noite de terça-feira, no site do extinto Instituo de Gestão das Águas e Clima (Ingá), atual Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema). Luiz, que é desenvolvedor de web, foi afastado do cargo até que as investigações sejam concluídas. Até às 20h de ontem, o site continuava fora do ar. Após protocolar a defesa do filho no Inema, ligado à Secretaria do Meio Ambiente, e conversar com deputados na Assembleia Legislativa, o bacharel em Direito, de 57 anos, falou com a redação. “O Inema falou que a publicação foi feita por alguém de dentro, mas a diretoria se corrigiu e me disse que foi alguém de fora, um hacker”, afirmou. Antonio e Luiz passaram a tarde reunidos na sede do instituto na tarde de quarta-feira. Contudo, o Inema negou a informação de Antonio. O instituto informou que a Companhia de Processamento de Dados da Bahia (Prodeb), que hospeda o site e investiga o caso, já antecipou que, nas 48 horas anteriores à publicação do material na página, o sistema não foi invadido por hackers. “O conteúdo divulgado no site do extinto Ingá não aconteceu em virtude de um ataque externo. A Prodeb confirmou que a origem da inserção dos dados aconteceu através da utilização de conta e senha de usuário interno”, informa nota emitida ontem pelo Inema. Perfil O temperamento e a religião do filho, evangélico da Assembleia de Deus, foram usados por Antonio para defendê-lo. Ele resumiu a personalidade de Luiz em uma frase curta. “Ele é cristão desde nascença. A festa dele é ir à igreja e ler sobre informática”, disse. O funcionário do Inema, que concluiu neste semestre o curso de Ciências da Computação, é descrito pelo pai como uma pessoa tímida, bastante calada e de fazer poucos amigos. “Sempre falo para ele ir a uma festa, para bater um baba, mas ele nunca quer”, contou. Segundo Antonio, Luiz divide suas horas entre a igreja, o trabalho e a namorada, que encontra aos finais de semana. Na noite em que seu nome ficaria famoso devido às publicações, o rapaz resolveu quebrar a rotina. “Ele tinha acabado de chegar da casa da namorada e, como sempre, foi logo ligar o computador”, lembrou o pai. Mas o susto veio antes do monitor acender.Ao acessar sua conta no twitter, no próprio celular, soube do problema. “Ele perdeu a cor. Me disse: ‘meu pai, fizeram merda comigo. Um miserável botou pornografia com meu nome’”, contou. Luiz não quis falar com a equipe do CORREIO. SuspeitaSegundo o pai, ele desconfia que a publicação de pornografia, cujo conteúdo envolve sexo entre pessoas e animais e cenas de pedofilia, são obra de um hacker do Rio de Janeiro. “Luiz me disse que desconfia de um cara do Rio que já derrubou várias páginas no país”, explicou. Contudo, o rapaz não falou a Antonio sobre o nome ou qualquer identificação do hacker, nem sobre o motivo de ser o alvo escolhido ou se ele teria algum inimigo virtual. “Meu filho participa de muitas comunidades e faz muitos sites. Pode ser por causa do sucesso dele”, apostou. Luiz só se pronunciará sobre o assunto quando a Prodeb se pronunciar. O Inema informou que espera receber um relatório do órgão amanhã à tarde. Na defesa entregue ao instituto ele pede: “Solicito as devidas providências no sentido da verificação urgente para corrigir os equívocos do envolvimento do meu nome, pois as notícias são improcedentes, levianas e criminosas”. Enquanto isso o pai bate pernas pela Polícia Federal, Ministério Público e aconselha: “Meu filho, fique em paz. Deus transforma maldições em bênçãos”. Especialista diz que análise pode durar mesesOs pornógrafos que se cuidem, porque as empresas conseguem rastrear os computadores responsáveis pela publicação de material libidinoso em sites. Segundo Amon Veiga, gerente de desenvolvimento da Gori.la Comunicação Web, que assessora a Federação das Indústrias da Bahia (Fieb) e a Secretaria de Cultura do Estado, é possível identificar o IP - espécie de identidade única de cada máquina - do computador que faz a postagem. Contudo, a facilidade do trabalho de investigação depende da habilidade do hacker. “O invasor pode disfarçar o IP com a numeração de outro computador que está na Bélgica, por exemplo”, explicou. A investigação pode durar um único dia ou meses, a depender das peripécias do invasor. Se o hacker quiser apenas bagunçar o site, com imagens e mensagens ofensivas - na linguagem técnica “pichar” -, o resultado pode sair em um dia. “Se o cara alterar base de dados, por exemplo, é preciso fazer o rastreamento e há a atuação de uma equipe de perícia. Pode durar meses”, explicou Amon. O projeto para o sistema de inteligência de uma empresa pode variar de R$ 10 mil a R$ 500 mil. Segundo Veiga, a forma mais comum de invadir computadores é a chamada “engenharia social”, que consiste em decifrar senhas através de informações de redes sociais. “O cara não precisa de muito conhecimento técnico. Geralmente as pessoas usam senhas óbvias e as informações nas redes sociais ajudam a descobri-las”, afirmou.

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