Uma caminhada reforçou, nesta terça-feira (21), a luta contra o racismo religioso. A I° Caminhada das Raízes de Matriz Africana e Nações do Candomblé reuniu representantes de religiões ancestrais do povo negro e culturais brasileiras, para dar voz a integrantes de terreiros do município de Lauro de Freitas. Com o tema "Respeite a Minha Fé, o Meu Sagrado e o Meu Axé", o cortejo acompanhado de trio saiu do final de linha do Centro da cidade até a Praça da Matriz.
A iniciativa celebra o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, instituído pela Lei 14.519/23 para ser comemorado anualmente no dia 21 de março. A caminhada começou com um xirê de pedido de licença para Exu abrir caminhos e finalizou com saudações para Oxalá. Todo o trajeto do percurso foi embalado pelos cânticos da Associação Mesa de Ogãs.
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Organizada pela Federação Nacional do Culto Afro-Brasileiro, com apoio da Prefeitura Municipal, a caminhada foi um momento de reafirmar a luta por direitos, como afirma Jaldir Lopes, presidente da Fenacab.
“Além de celebrar a lei, é o reconhecimento maior com o povo de santo. Estávamos muito presos, até com a pandemia, e essa primeira caminhada é para mostrar que estamos aqui, que existimos e lutamos por nossos direitos e espaço”, disse.
Também neste 21 de março é celebrado o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, definido pela Organização das Nações Unidas (ONU). Para o secretário Municipal de Cultura (Secult), André Pereira, Lauro de Freitas instituiu um momento histórico com a caminhada.
"Nosso governo reafirma o compromisso com a liberdade religiosa, a ancestralidade, através da cultura. As tradições de matriz africana estão muito vivas em nosso território. Só de povos de Candomblé temos uma representação de mais de 400 terreiros existentes", relatou.
Com a instituição da lei sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no começo deste ano, a Mariwó Laxo do Terreiro Ile Axé Opo Ogunja, Janice, diz que se sente mais representada em seu próprio país.
“A data marcada fortalece a caminhada, a luta, dos povos de Candomblé. Historicamente fomos excluídos de diversas áreas e esta lei faz com que os povos de axé se unam cada vez mais”.
Redação iBahia
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