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Fagner Sousa da Silva, o Fal, não é apenas o Ás de Ouro da Secretaria da Segurança Pública. Ele é a carta mais procurada no baralho de um traficante de Salvador, que oferece prêmio de R$ 300 mil por sua cabeça. O motivo é vingança: Fal matou seu filho ano passado. Já à frente da CP e sócio do Primeiro Comando da Capital (PCC), Fal recebeu em Salvador um dos mangangões da quadrilha paulista. Nas andanças pela cidade, a dupla tinha a companhia de Hugo, amigo de Fal e filho do traficante que agora oferece recompensa pela cabeça do chefão. Quando levou o sócio do PCC para conhecer a noite soteropolitana, Fal foi surpreendido pela polícia. A dupla só não foi presa porque o traficante pagou pau e acabou liberado pelos policiais. Mas a história não acaba aí. “O cara do PCC sabia que somente eles dois e Hugo sabiam onde eles passariam a noite. Logo, percebeu que Hugo os tinha entregado à polícia”, afirmou uma fonte da Secretaria da Segurança Pública. Para não estremecer as relações com o PCC, Fal acatou a ordem de assassinar o amigo. Há duas versões sobre a morte de Hugo. A primeira é de que Fal o executou pessoalmente. A segunda é que ele pediu ao amigo, o anão Marcelo de Jesus Silva, o Chucky, para executar a ordem. Chucky foi assassinado ano passado em Fazenda Grande. O pai de Hugo descobriu que Fal teve participação no crime e divulgou entre bandidos de Salvador o prêmio de R$ 300 mil. Ele não é ligado a nenhuma quadrilha e também atua como empresário, tem vans para fazer transporte clandestino e aluga caçambas. Segundo a polícia, ele já teria abandonado o tráfico, mas não a vontade de vingar o filho. Com o início da perseguição, o chefe da CP resolveu fugir para São Paulo. A informação contraria a versão da polícia, de que ele teria saído de Salvador para não ter mais que subornar policiais na Bahia.