Flávio Gabriel Pacífico dos Santos foi morto no ano de 2017. O líder quilombola foi atingido por vários disparos de arma de fogo quando estava dentro de um veículo, na manhã do dia 19 de setembro. O crime voltou a ter destaque nesta sexta-feira (18), por causa da morte da mãe dele chamada de Maria Bernadete Pacífico, e conhecida nacionalmente como Mãe Bernadete.
A yalorixá foi assassinada na noite desta quinta-feira (17), na cidade de Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador, sem ter um resolução sobre a morte do filho. Binho do Quilombo, como era conhecido, atuava no Território Quilombola de Pitanga dos Palmares assim como a mãe.
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Binho era um líder nato, um cara que visava o protagonismo comunitário. Meu irmão deixou três filhos. Quem fez esse crime não tem coração e meu peito agora não tem mais coração, destruíram" , disse Wellington dos Santos, irmão da vítima e filho mais velho de Maria Bernadete.
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Um homem suspeito de envolvimento na morte dele chegou a ser preso três meses após o fato. Ele negou participação no crime e teve prisão temporária expedida .O caso começou sendo investigado pela Polícia Civil, mas acabou federalizado há cerca de três anos.
"O caso passou para a Polícia Federal por causa da letargia da Polícia Civil da Bahia em resolver o aso, além de pressões políticas sobre o poder investigativo local. Mesmo assim, a delegada federal que investiga o caso mostrou total desprezo pelo assassinato de Binho. Ela sustenta que o crime foi fruto de rixa local, mas falar isso é desconhecer totalmente a realidade dos quilombolas no Brasil", argumentou o advogado da família, David Mendez.
O advogado destacou ainda que, na época em que Binho foi morto, ele recebia ameaças porque lutava contra a implantação de um aterro sanitário no local onde fica a comunidade remanescente. O quilombo Pitanga dos Palmares fica em uma Área de Proteção Ambiental (APA).
Sobre o suspeito, David Mendez disse que já está solto, porque o prazo legal da prisão acabou. De acordo com a Polícia Federal, a morte de Flávio Gabriel Pacífico dos Santos está sendo apurada em inquérito policial e "todos os esforços estão sendo empregados para a devida apuração da autoria". A PF disse ainda que as investigações seguem em sigilo.
Em entrevista à TV Bahia, Wellington pediu justiça nos casos. "Não é fácil viver em uma comunidade quilombola onde você visa as minorias. O mesmo que aconteceu com o meu irmão, ontem foi com a minha mãe", afirmou Wellington
Binho tinha 36 anos quando aconteceu o crime. O irmão afirma que ele foi alvo de pelo menos dezesseis tiros. "Peço, por favor, que se faça justiça. Que não aconteça o que aconteceu com meu irmão. É a chance de elucidar os dois casos", disse Wellington.
Redação iBahia
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