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BAHIA

Ainda enfermaria do HGE, Holyfield agradece a solidariedade do arquirrival

O baiano ficou 30 dias internado por sofrer queimaduras. Ele salvou os sobrinhos de um incêndio

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10/09/2011 às 9:06 • Atualizada em 07/09/2022 às 0:56 - há XX semanas
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Maior rival de Reginaldo Holyfield, o ex-pugilista pernambucano Luciano Todo Duro baixou a guarda ao saber que o arquirrival sofreu queimaduras de 1º e 2º graus no corpo para salvar os sobrinhos e a mãe de um incêndio. Todo Duro se solidarizou com a situação, mas não perdeu a oportunidade de provocar o adversário. “Ele está meio doido com as pancadas que dei”, brincou o ex-lutador pernambucano, em entrevista à TV Bahia. Ontem, com os braços e pernas enfaixados, na enfermaria do Hospital Geral do Estado (HGE), Holyfield riu e comentou a pilhéria: “Ainda bem que isso é uma brincadeira, né?”.
Holyfield (de frente) e Todo Duro em luta de setembro de 1997, no Ginásio Antônio Balbino; baiano venceu
Rivalidade à parte, Holyfield disse ao CORREIO, por telefone, que ficou surpreso ao saber que Todo Duro estava disposto a ajudá-lo. “Depois de tantas brigas, tantos problemas, agora essas palavras de carinho, conforto, são muito importantes para mim”, disse Holyfield. Ele e Todo Duro se enfrentaram quatro vezes na carreira, com duas vitórias para cada um. O baiano ganhou as duas lutas em Salvador (1997 e 1998) e o pernambucano venceu as duas no Recife (1993 e 2001). O ex-lutador baiano falou também sobre o incêndio da manhã de quinta-feira, que destruiu a casa da família, na Massaranduba. Ele atravessou as chamas para salvar dois sobrinhos que tinham ficado encurralados pelo fogo. “Na hora não pensei em nada, a não ser em salvar meus sobrinhos e minha mãe (Maria de Lourdes, 81 anos). Graças a Deus deu tudo certo”.
O lutador está internado do HGE
Holyfield disse que na ocasião não pensou duas vezes e pegou o colchão em chamas e atirou fora da residência. “Tinha muita fumaça, não dava para enxergar nada. Daria minha vida pelos meus sobrinhos e minha mãe. Se fosse preciso, faria tudo de novo. Esse foi o meu maior desafio”, contou. Holyfield sofreu pequenas lesões no rosto. O incêndio começou depois que o sobrinho do ex-pugilista, Samuel, de 3 anos, colocou fogo em papéis no sofá. A Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) não tem previsão de alta para o ex-lutador. Ele passou por cirurgia e deve ficar internado por 30 dias. O incêndio de quinta-feira não foi o primeiro que Holyfield enfrentou. “Certa vez, quando um incêndio atingiu a comunidade dos Alagados, ele pulou no mar para salvar três crianças que estavam presas num barraco. Infelizmente, não conseguiu”, contou a diarista Aída Cristina da Silva Rebouças, 42, vizinha do ex-pugilista. Há cerca de cinco anos, a mesma comunidade voltou a agradecer a Holyfield, quando ele peitou funcionários da Conder e policiais militares. “Eles queriam derrubar as casas de palafitas para realizar uma obra, mas ele não deixou. Graças à atitude dele, tem gente morando lá até hoje”, contou o também vizinho Roberto da Boa Morte Conceição, 35. Há três anos, o ex-lutador surrou um ladrão, que tinha atacado a sobrinha dele, na Estação da Lapa. “Ele pegou o cara de jeito e depois levou para a delegacia”, lembrou Daniela Andrade Souza, 25, outra sobrinha.

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