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ANIVERSÁRIO DE SALVADOR

De asilo para idosos à exemplo de arquitetura civil do século XIX

Construção surgiu com o propósito de acolher os idosos e religiosos da época

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Redação iBahia

24/03/2022 às 7:00 • Atualizada em 29/08/2022 às 3:47 - há XX semanas
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Lar Franciscano o fundado em 1849 (Foto: Reprodução)

Quem passa pelo Centro Histórico de Salvador sabe muito bem que aquelas ruas guardam mistérios que nem os livros conseguem contar. Os casarões coloniais, imponentes tanto na presença quanto na arquitetura, já dizem muito sobre a região.

Para quem frequenta o bairro da Saúde ou até a Praça Pedro Archanjo, no Pelourinho, já deve ter notado uma dessas edificações, amarela e repleta de janelas: o Lar Franciscano.

As famosas escadarias conduzem os visitantes e curiosos a um portão com acesso secundário pela Baixa dos Sapateiros, bem próximo ao Pelourinho. Fundado em 1849 por membros da Ordem Terceira de São Francisco, as origens do local remetem a 1806.

Inicialmente, o local era chamado de Lar Franciscano Asilo Santa Isabel. Segundo o professor e historiador Rafael Dantas, a construção surgiu com o propósito de acolher os idosos e religiosos. Dantas destacou que além da imponência do prédio, a serventia foi fundamental em um período marcado por epidemias e pestes.

Segundo ele, em um primeiro momento, o local acolhia apenas pessoas de posses, que exerciam influência na sociedade. Com o passar do tempo, isso passou a ficar mais diluído, mas, ainda assim, trazem um recorte religioso.

História viva da arquitetura civil do século XIX

A construção arquitetônica, em estilo neoclássico, representa a arquitetura civil do século XIX na Bahia. Mesmo com ampliações e reformas, até hoje o Lar Franciscano tem as configurações desse período. Dantas conta que a imponência do prédio está presente tanto no ambiente interno quanto externo.

Interior do Lar Franciscano (Foto: Reprodução/Polyanthéia)

Mesmo hoje, a edificação mantém os raros conjuntos de mobília da segunda metade do século XIX.

"Continua como um lugar quase que parado no tempo, não só na arquitetura ou mobília. Ele já é citado e observado como um imóvel imponente, e hoje em dia não é diferente", afirmou.

A planta original é do Tenente Coronel do Corpo de Engenheiros Militares do Império, João Bloem. Possui 2 salões nobres, 75 quartos e mais de 100 janelas. A escadaria é de mármore italiano, e as escultura de mármore no centro do jardim do lar representam as estações do ano.

Segundo a história, o Lar chegou a receber inclusive a visita de D. Pedro II, na década da inauguração. A Capela Santa Izabel, que integra o local, teria recebido o nome em homenagem à filha do imperador, a princesa Isabel.

Hoje, já sendo chamado de Lar Franciscano, cabe às irmãs franciscanas hospitaleiras, desde 1932, cuidar da instituição e dos imóveis. O imóvel foi tombado como Bem Cultural da Bahia, em 2002, pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac).

Quanto aos mistérios em volta do Lar Franciscano, quem é de Salvador bem sabe que as escadarias da cidade escondem segredos não revelados e parte da história do país.

O historiador Rafael Dantas também acredita nessa possibilidade, e crê que embaixo da longa escadaria do Lar tenham peças importantes da época da colônia ou até mesmo antes disso.

Seja como for, o imponente Lar Franciscano segue como importante espaço na história da capital baiana.

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