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Sauípe: surto de meningite afasta turistas

Hóspedes deixam hotel com medo. Governo se reúne com empresários

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14/09/2011 às 9:08 • Atualizada em 27/08/2022 às 8:52 - há XX semanas
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Quem estava fora desistiu de entrar. E quem estava dentro preferiu sair. O surto de meningite tipo C entre sete funcionários do Complexo Costa do Sauípe gerou também um movimento inverso entre turistas que já estavam ou chegariam ao reduto hoteleiro localizado a 134 quilômetros de Salvador. Assim que soube por terceiros sobre o surto no complexo, o casal Rita e Slawek Grodzka, de 37 e 39 anos - que vieram da Europa -, deixou, revoltado, o hotel em que estavam hospedados. “Tivemos conhecimento através de uma prima minha que viu pela TV e ligou perguntando onde estávamos. Quando ela soube, disse que era para a gente sair de lá imediatamente”, lembrou Rita. Ela contou que chegou ao hotel no final da tarde de domingo e não recebeu nenhuma informação sobre o surto. “Procurei a gerência do hotel para me informar e uma atendente disse que a situação já estava sob controle e, por isso, não precisava fazer alarde”, lembrou Rita. Já a pedagoga Katiuscia Andrade, 27, programava há dois meses comemorar seu aniversário com amigos na próxima sexta-feira, no complexo.
Katiusca e o namorado cancelaram a viagem após saber do surto
Com medo, ela, o namorado e mais dois casais de amigos optaram por cancelar a viagem. “A gente já estava até com a bagagem organizada, mas, sem saber ao certo o que está acontecendo, achamos melhor não ir”, lamentou. Os amigos passariam o final de semana lá, mas o surto atrapalhou a festa. “Foi uma viagem muito sonhada. Estou frustrada e não tenho como reprogramar outra agora. Pelo menos soubemos antes de chegar lá”, disse Katiuscia. A amiga dela, Karla Sampaio, 25 anos - que também viajaria para as comemorações -, contou não ter tido dificuldades para cancelar os pacotes de viagem. “O hotel informou por e-mail que a gente poderia adiar ou cancelar sem pagar qualquer tipo de taxa. Por enquanto, vamos ficar longe de lá”, enfatizou. Rita e o companheiro não tiveram a mesma sorte na hora de deixar o hotel. “Pedimos que o valor fosse ressarcido e disseram que não devolveriam. O que mais nos revoltou foi ninguém ter nos avisado. Seria uma decisão nossa ficar lá ou não. Acabou que ainda fomos destratados por uma atendente”, ressaltou Rita. Ela, que é baiana, retornou para Salvador com o companheiro. “Ele está arrasado e não quer saber de voltar ao Brasil. Além disso, ele se recusa a sair do pais sem receber a vacina, mas já nos informaram que temos que pagar. Vamos pagar e depois iremos embora. Estou envergonhada”, desabafou Rita. Ações Ontem pela manhã, os secretários estaduais da Saúde, Jorge Solla, e do Turismo, Domingos Leonelli, reuniram-se com integrantes do trade turístico do Litoral Norte para discutir ações de bloqueio da meningite. Os empresários e os representantes do governo chegaram a um consenso de que os trabalhadores do turismo do Litoral Norte devem ser vacinados contra a meningite, pois estão em contato direto com pessoas vindas de diversos lugares do Brasil e do exterior. “Não há indicação para vacinação da população em geral. A ideia é a de que sejam vacinadas cerca de 10 mil pessoas que trabalham direta e indiretamente nos hotéis”, disse o secretário da Saúde. Eles acordaram que parte dos medicamentos será paga pelo estado e a outra parte pelos empresários. Segundo Solla, nenhum caso foi registrado nas últimas 72 horas. Moradores fazem novos protestosEnquanto turistas deixam ou cancelam hospedagens no Complexo de Costa do Sauípe, moradores da região fazem protestos. Ontem à tarde, um grupo bloqueou a entrada do complexo hoteleiro e impediu a entrada de ônibus com funcionários. Segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), o protesto foi pacífico e durou pouco mais de uma hora. Cristina Santos, tia de Renan da Silva, 19, que morreu de meningite, contou que a população continua assustada. “A gente ainda está com muito medo. Prometeram enviar vacinas, mas, enquanto isso, continuamos apreensivos”, afirmou. Para o presidente da Associação Comercial e Turística de Praia do Forte, Firmo Azevedo, as ocorrências foram isoladas e não há motivo para pânico.

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