Uma Dubai que vai além do dinheiro, consumo e ostentação

"Foi incrível ver neve no meio do deserto, - um lugar onde a temperatura chega a 40 graus". O entusiasmo da arquiteta Isabella Pozzetti traduz os fascínios de uma das cidades mais luxuosas do mundo. Localizada nos Emirados Árabes Unidos, a capital do impossível é uma experiência para ser vista de todos ângulos e promete desafiar o senso comum.

A excêntrica e imponente Dubai é um destino, - de experiências de luxo, exclusividade e sofisticação, que vai além do dinheiro, consumo e ostentação. Para quem entende o que é luxo, observará em Dubai, que chique mesmo é ter água em abundância em pleno deserto, andar com segurança nas ruas, uma vez que os índices de criminalidade são quase zero. O sofisticado de fato é uma cidade, que chega a 50 graus no deserto, criar uma estrutura com um bar todo feito de gelo e ambientes espalhados pela cidade onde a temperatura chega a 18 graus, como nos "pontos de ônibus". E se o visitante tiver como se hospedar em um hotel de alto padrão receberá um "bem vindo" de nada menos do que cinco recepcionistas.

Do luxo fácil de se perceber como uma hospedagem de sete estrelas e subir no edifício mais alto do mundo e o luxo dos detalhes."Fiquei imaginando como ergueram uma cidade com toda uma infraestrutura no meio do deserto", impressiona-se Isabela. Esse também foi um dos questionamentos do engenheiro Vinícius Fiusa Moura, que morou por três meses em Dubai. "É mesmo inacreditável como um deserto pode ter virado algo tão deslumbrante e próspero".

Aqui alguns depoimentos de Isabella e Vinicius sobre uma viagem que é muito mais do que um simples turismo, mas é uma experiência exclusiva e inesquecível.

Vinicius - Lá a indumentária é diferente, é um país poligâmico, um lugar muito próspero que esconde e isola a pobreza.

Isabella - Na verdade existem duas Dubais: aquela que é luxuosa, prédios modernos, shoppings com as melhores marcas e toda a tecnologia disponível e a cidade que ainda vive do pequeno comércio ao longo do canal que a divide. Falo dos famosos "SOUK" (espécie de bazar), aquele comércio que é visto na maioria dos países árabes, onde os vendedores ficam empurrando as mercadorias e artesanatos para você levar. Muito parecido com algumas feiras no Brasil.

Vinicius - Tive o privilégio de vivenciar as grandes arquiteturas de Dubai como o Burj Khalifa, Burj Al Arab, Palm Island, Twisted High Rise, o aquário enorme do Dubai Mall, a infraestrutura de ar condicionado em todos os lugares (ponto de ônibus, metrô e shoppings) e a mistura da cultura oriental com a ocidental.

Isabella - As mesquitas convidam os fiéis seis vezes por dia para orar, e lá é rodeado de mesquitas, ou seja seis vezes por dia você escuta o chamado. A primeira (logo no início da manhã) às 6h. A outra coisa é que os habitantes nativos de Dubai se vestem tipicamente, em todo lugar você pode reconhecê-los.

Isabella - O que mais me impressionou é que como as duas cidades convivem bem, a luxuosa e a tradicional mesmo havendo os contrastes. Os nativos da região respeitam os turistas e imigrantes e eles convivem bem. Apesar de vender a ideia de tanto luxo e requinte foi uma das cidades mais baratas que já fui (em comparação com Europa e Austrália). Lá, não se paga impostos, então tudo é relativamente mais barato. O free-shop foi o mais barato que estive, até agora.

Vinicius - Consegui ver o lado dos grandes trabalhadores urbanos, a mão de obra pesada que vem de fora tentando a vida, assim como vemos isto na realidade brasileira de nossas imigrações interestaduais, também existe em Dubai. Uma pequena massa controla o comércio, turismo e atividade petrolífera e detêm o maior capital e a grande massa proletariada fica ilhada num bairro específico.

Vinicius - Pretendo voltar, pois foi uma experiência totalmente ímpar tanto pelo lado dos grandes pontos turísticos, como pelo lado da cultura. Nunca conheci um lugar tão peculiar e diferente que me proporcionou conhecer uma realidade totalmente oposta a ocidental. E isso me fez crescer ainda mais como ser humano, em tolerância, amor e respeito.

Isabella - Estou programando minha volta para 2015. Sou apaixonada pela cultura árabe, e não é fácil viajar para um lugar desse, ainda mais sozinha como eu fui, e Dubai consegue unir num mesmo lugar diversas culturas (a maioria oriental) conforto, lazer, ótimos preços, engenharia de ponta, praias (apesar de não ser a principal atração, existe uma praia no meio da cidade).