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Trens do Subúrbio ganham novo visual com grafite famoso; veja

Ícones da arte de rua no Brasil, OsGêmeos mudaram a cara dos vagões dos trens do Subúrbio Ferroviário de Salvador

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26/06/2015 às 22:30 • Atualizada em 02/09/2022 às 0:10 - há XX semanas
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Pegar o trem na estação da Calçada até o bairro de Coutos é um passeio que aposentada Maria Oliveira, 64, sabe que certamente agradará o neto Cainã, de 9 anos. “O trem é rápido, dá para ver o mar no caminho. E agora tá mais divertido, porque é bem mais legal entrar em um trem colorido”, contou Cainã. Os trens do Subúrbio de Salvador ganharam um novo visual a partir da intervenção de um coletivo liderado pelos artistas Gustavo e Otávio Pandolfo. Conhecidos como OsGêmeos, eles são hoje ícones da arte de rua em todo o Brasil. Com um projeto chamado Whole Train (Todo o Trem, em inglês), iniciado em 2002, os irmãos já mudaram a cara de vagões em São Paulo, Porto Alegre, Recife, e outras capitais.

Crianças sorriem dentro de trem do Subúrbio. Nova pintura realizada por OsGêmeos agradou criançada
(Foto: Arisson Marinho)

A dupla desembarcou em Salvador e, no último sábado, começou os trabalhos. “Trabalhamos muito, quase 12 horas por dia, durante quatro dias”, contaram. Sem um tema definido, os artistas coloriram a parte externa dos trens que operam no Subúrbio. “É um conforto visual, porque quando entro no vagão sinto que estou dentro de uma sucata. Lembro de um Fusca velho que meu pai tinha”, comentou a operadora de telemarketing Marcela Villa Real, 31. A deterioração dos trens motivou o interesse dos gêmeos em atuar na capital. “Acreditamos que, com a pintura de grafite, alegramos um pouco o dia a dia das pessoas que usam os trens diariamente e, com o grafite, levantamos questões em relação à forma em que se encontra o sistema ferroviário”. A primeira linha do trem da Bahia foi inaugurada em junho de 1860 e ligava Calçada a Paripe em um trajeto de 15 km. Na década de 1950, esse percurso foi reduzido aos 13,5 km atuais, com a inauguração da Ponte de São João, em Plataforma.

Passageiros entram em trem com nova pintura. Apesar da nova roupagem, usuários reclamam do serviço
(Foto: Arisson Marinho)

“Como arte, aprecio e gosto, mas não é suficiente. Em alguns trens, as janelas e portas não fecham. É um perigo quando fica lotado”, disse o estudante Eudes Costa, 21, que mora em Paripe e utiliza o sistema ferroviário todos os dias. José Carlos Ferreira, 57, trabalha como vendedor ambulante na estação da Calçada desde a década de 80. Ele não aprovou as cores da mudança, mas disse ter gostado da atenção recebida pelos vagões. “Acho que ficaria mais bonito se tivessem usado uma cor só. Mas a pintura deu vida”, opinou. Já para a mulher de seu José, Já para Neusa Ferreira, 50, mulher de Seu José, o visual caiu bem. “Vi em uma reportagem da TV que a moda esse ano é tudo bem colorido”, comentou Neusa. De acordo com o diretor da Companhia de Transportes da Bahia (CTB), Hidelson Menezes, cerca de 15 mil pessoas utilizam o transporte diariamente. Para a operação, são utilizados dois trens, com outros dois de reserva. Os mais antigos são de 1958, já os mais recentes são de 1961. “A pintura dos Gêmeos veio a calhar, porque os vagões não passarão por reformas, já que o sistema mudará para o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos)”, informou. Segundo ele, a previsão é de que a licitação seja aberta ainda este ano.

Foto: Daniele Rodrigues/Sedur

Foto: Daniele Rodrigues/Sedur

Foto: Daniele Rodrigues/Sedur

Foto: Daniele Rodrigues/Sedur

Correio24horas

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