Um homem foi atingido por dois tiros após uma briga na porta da boate Groove, uma das mais badaladas da Barra, na madrugada de ontem. O estudante Bruno Abreu da Silva acusa um dos seguranças da casa de ter disparado contra ele. Ele contou que saiu do groove por volta das 2h40 do sábado para esperar alguns amigos, que ainda estavam dentro do estabelecimento, quando dois homens o abordaram pedindo o celular. O estudante disse que reagiu e correu dos ladrões, mas acabou caindo e machucando a mão e o joelho. Apesar de ferido, ele tentou voltar à boate para chamar os amigos, mas foi impedido pelos seguranças. “Eu disse a ele (o segurança) que tinha sofrido uma tentativa de assalto e ele falou que viu, mas contou que não ia deixar eu entrar novamente. Eu insisti e disse que estava ferido e precisava falar com meus amigos, mas aí ele me deu uma gravata pra me tirar da frente do bar”, contou Bruno. Em seguida, segundo o estudante, ele e o segurança brigaram e um segundo segurança apareceu armado. “Ele disse pra eu ficar parado, que ele era policial e que eu não fizesse mais nada. Logo em seguida, ele disparou duas vezes, no braço e na perna esquerda”, afirmou.
Ainda segundo o estudante, quando seus amigos saíram para socorrê-lo, o segurança ainda estava com a arma em punho e ameaçou os colegas.“Ele disse pra ninguém encostar, que era pra todo mundo ficar longe de mim. Foi aí que alguns taxistas começaram a gritar ‘foge, foge’ para o segurança”, relatou. Os dois seguranças fugiram do local e Bruno foi socorrido por um amigo para o Hospital Geral do Estado (HGE). O estudante foi liberado à 10h da manhã de ontem e foi, à tarde, prestar depoimento na 14ª Delegacia (Barra), e depois foi ao Instituto Médico Legal (IML) para fazer exame de corpo de delito e um retrato falado do autor dos disparos. “Agora vamos instaurar um inquérito que será conduzido pela delegada Isabel Garrido. Vamos procurar o responsável pelos disparos para saber se os seguranças trabalham armados e se há mesmo um policial”, disse o delegado plantonista da 14ª Delegacia, Dalton Pereira. O gerente do Groove, Plínio Marcos Silva, afirmou que os seguranças não trabalham na casa e que são contratados de uma empresa terceirizada. “Eu soube que houve uma confusão do lado de fora, mas estava dentro e não vi, mas não temos seguranças armados e, dentro da casa, eu posso garantir que não houve tiro”, afirmou. “Nossa responsabilidade com o cliente é do lado de dentro apenas”, concluiu o gerente. O delegado Omar Andrade, titular da 7ª Delegacia (Rio Vermelho), que estava de plantão no HGE, foi até o local após colher o depoimento de Bruno. “Depois de ouvir a vítima, nos deslocamos para a boate para levantar o nome da segurança, mas o local já estava fechado. Tudo agora será investigado pela 14ª Delegacia”, contou. Taxistas da região onde fica localizada a boate, na Rua Marques de Leão, afirmaram que os seguranças são conhecidos e que a maioria é policial. “Todo mundo sabe que os seguranças dessas boates daqui da Barra são da PM”, disse um taxista.
Bruno Abreu disse que foi atingido no braço e na perna por um dos seguranças do estabelecimento |
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