Em busca da sonhada vaga no curso de Medicina, a estudante Izabella Bernardo Torres, de 20 anos, fará o Enem pela quarta vez. A mudança no modelo de exame, ao qual ela estava acostumada, causou apreensão. Mas uma novidade foi uma boa surpresa: a distância de uma semana entre uma prova e outra.
"Vai dar para me acalmar mais. Não vai mais ser aquele fim de semana que vai decidir a minha vida", avalia Izabella. Na opinião do professor Fellipe Rossi, esses sete dias serão um bom momento para revisar os assuntos que caem no segundo domingo de provas.
"São questões que exigem dos alunos nomenclaturas, fórmulas, processos biológicos. Essa semana entre provas não é um momento para aprender, mas sim para rever matérias que exigem memorização", diz ele, que aprova a mudança: "Antes, os alunos ficavam muito desgastados". Uma boa dica é criar formulários com os principais elementos que precisam ser lembrados para facilitar a memorização das informações.
Fique atento às mudanças:
Dois domingos: O exame será realizado em dois domingos consecutivos: nos dias 5 e 12 de novembro. Até 2016, a prova era aplicada em dois dias seguidos, num único fim de semana, o que tornava o processo mais exaustivo. Com a mudança, os candidatos terão uma semana para descansar a mente, revisar conteúdos e memorizar fórmulas.
Redação no 1º dia: Redação, Linguagens e Ciências Humanas ficam juntas no primeiro domingo, que terá cinco horas e meia de prova. A orientação é que o candidato comece pela redação, já que ela tem mais peso nos processos seletivos. Mas não se deve gastar mais de uma hora nessa etapa.
Exatas no 2º dia: No segundo domingo, serão reunidas as questões de Matemática e Ciências da Natureza. Como são temas mais trabalhosos, que exigem cálculos e análises de gráficos e tabelas, uma importante dica é que o candidato faça primeiro as questões que domina e deixe para o fim as que não sabe. Se o tempo estiver acabando, ele poderá chutar
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onde tinha menos chance de acertar.
Fim do diploma: Uma das funções do Enem entre 2009 e 2016 era ser usado por adultos para conseguir o certificado de conclusão do ensino médio. A partir de 2017, o exame perde essa função: os adultos que não terminaram o ensino médio na idade regular terão que fazer o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja).
Alívio para sabatistas: Até o ano passado, o primeiro dia do Enem acontecia num sábado. Com isso, milhares de sabatistas (religiosos que guardam o sábado) ficavam confinados em salas nos locais de provas entre as 13h e o horário de início de suas provas, após o pôr do sol. Este ano, a prova será realizada em dois domingos, de forma que não será mais preciso organizar uma logística específica para os sabatistas.
Cadernos de prova: Neste ano, os cadernos de prova levarão, impresso, o nome de cada candidato, além de seu número de inscrição. Dessa forma, não será mais necessário que o candidato indique a cor do caderno de provas escrevendo a frase indicada no cartão de respostas. Até 2016, quem não fazia isso recebia nota zero, já que não havia como saber a ordem das perguntas.
Mais isentos: Até o ano passado, só eram isentos de pagar a taxa do Enem os candidatos que estavam no terceiro ano do ensino médio de escolas públicas. A partir deste ano, pessoas inscritas no CadÚnico, cadastro do governo federal que reúne famílias em situação de pobreza e extrema pobreza, também têm isenção.
Fim dos rankings: Outra novidade é que as notas do exame não serão mais divulgadas por escola, o que vai inviabilizar a criação de rankings. A medida foi elogiada por especialistas que dizem que, ultimamente, a classificação passou a ser diretamente associada à qualidade do projeto pedagógico das escolas. Além disso, cursos passaram a usar a posição nos rankings como estratégia de marketing.
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Redação iBahia
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