Recentemente a ex-primeira dama Marisa Letícia, esposa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, morreu em decorrência de um aneurisma cerebral que havia sido diagnosticado há dez anos. Desde então, muito tem se falado sobre a doença, suas causas e implicações. O neurologista Tarsis Leonardo conversou com o Acorda Cidade e explicou mais detalhes sobre a doença, suas causas e formas de tratamento.
De acordo com o médico, o aneurisma cerebral acontece devido a uma má formação do vaso intracerebral e quando existe uma dilatação anormal do vaso. Essa alteração, no entanto, faz com que ele fique mais frágil e possa se romper com facilidade e de forma ocasional. Ele revelou que o desenvolvimento da doença pode ocorrer de forma espontânea e diversos fatores podem implicar no seu surgimento.
“Existem pessoas que tem pré-disposição para isso. Parece existir uma pré-disposição familiar, inclusive, para se ter o aneurisma. Alguns fatores de risco ligados à questão da qualidade de vida, como o tabagismo e hipertensão, podem aumentar o risco do aneurisma. As idades mais avançadas são as mais predispostas a desenvolver, mas podem existir também pacientes jovens, principalmente pacientes que têm algumas doenças genéticas. Entretanto, é bem mais comum em pacientes mais idosos”, salientou.
Sintomas
Sobre os sintomas que ajudam a identificar o aneurisma cerebral, Tarsis Leonardo observou que esses podem variar e a doença pode apresentar-se de forma assintomática, especialmente se o aneurisma não estiver rompido. Quando há rompimento, o paciente pode apresentar fortes dores de cabeça, crises convulsivas, desmaios e rebaixamento de consciência.
No caso de rompimento, o médico observa que são situações na maioria das vezes graves, que necessitam de hospitalização rápida.
O diagnóstico do aneurisma, segundo o neurologista, às vezes, é feito de forma incidental e através de exames de imagem e de rotina para averiguar outras situações. Além disso, o diagnóstico acontece também quando o paciente relata os sintomas associados de cefaleia, baixa consciência e convulsões.
O médico explicou ainda como é feito o tratamento. “Existem duas modalidades: a cirurgia, em que o crânio é aberto e colocamos um clipe, e também uma modalidade nova, um tipo de cateterismo, que coloca estruturas metálicas e molas para fechar o aneurisma por dentro e que é chamado de embolização. A embolização não é feita em Feira de Santana, aqui é feito somente o método da clipagem”, destacou.
O neurologista acrescentou ainda que, quando o paciente tem o rompimento do vaso e há sangramento no cérebro, ele poderá ficar com sequelas. Quando o paciente é detectado sem o rompimento do vaso e ele passa pela embolização ou pela cirurgia aberta, ele pode ficar muito bem de saúde, estabilizar o problema e seguir a vida normal.
AVC isquêmico e hemorrágico
Tarsis Leonardo observou também que o aneurisma é um subtipo de AVC hemorrágico, quando há extravasamento de sangue para o interior do cérebro. Existem também os AVCs isquêmicos, que são aqueles que provocam a obstrução do vaso e fazem com que o paciente tenha dificuldades motoras e na fala.
Ele recomendou que a melhoria da qualidade vida é um fator de prevenção do aneurisma e do AVC. Hábitos saudáveis atrelados a não fumar, controle da pressão arterial e diabetes são fatores que ajudam o paciente a ter mais saúde e a não desenvolver uma série de doenças.
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Redação iBahia
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