Se o povo elegeu Tiririca para o Congresso Nacional, Agnaldo Timóteo para a Assembleia Legislativa de São Paulo e Clodovil para o Senado Federal, por que a Mulher-Ketchup não pode pleitear a sua vaguinha entre os políticos de Pindobaçu, a 377 quilômetros de Salvador?
Entre os moradores da cidade, o nome de Erenildes Araújo já é cogitado (em princípio como mais uma gozação) para representá-los na Câmara de Vereadores. A mulher que forjou a própria morte para receber parte da recompensa do seu algoz ganhou fama e até enxerga a possibilidade de virar política. “O pessoal tá falando por aí, mas isso é algo para se pensar depois”. O radialista Walterley Kuhin, primeiro a divulgar a farsa, confirma o desejo do povo. “O pessoal aqui tem uma grande rejeição com a Câmara. Por que não colocar ketchup na casa?”. A Mulher-Ketchup, também chamada de Lupita, faz tanto sucesso que tem evitado sair às ruas. Basta botar os pés fora de casa, conta ela, e a gritaria começa. “Tô com receio do pessoal me rasgar toda”. Se Erenildes chegou a reclamar do novo apelido, com a repercussão crescente ela começa a se acostumar com a condimentada alcunha. Até porque, o que antes era depreciativo agora virou elogio. “Depois que saí na televisão e no jornal todo mundo grita na rua que é meu fã”. A Mulher-Ketchup já conquistou até as crianças. “O ônibus escolar parou por minha causa. Aquela meninada toda gritando das janelas e o motorista buzinando”. O prefeito da cidade, Hélio Palmeira, disse que, se for candidata, a Muher-Ketchup tem chances de eleição. Não precisa perguntar ao Ibope para saber que Lupita tá mesmo com moral com boa parte da cidade. “Eu gosto dela porque ela fala o que pensa”, defende uma policial que preferiu não revelar o nome.
Erenildes não gosta do apelido de Mulher-Ketchup, mas não pode conter as gozações |
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