Em funcionamento há pouco mais de um mês em Salvador, o Uber se tornou uma nova opção aos baianos como transporte na cidade. No entanto, o aplicativo segue em conflito com a Prefeitura e Câmara dos Vereadores do município, que aprovou por unanimidade o projeto de lei que prevê a proibição do serviço na capital. Desde sua implantação, seis carros cadastrados no sistema foram apreendidos enquanto faziam o transporte particular, segundo informações da Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob).Apesar da ameaça do poder público, motoristas continuam fazendo o transporte em Salvador e têm recebido elogios dos passageiros, como é o caso do professor de Educação Física Álvaro Silva, de 38 anos. "Já havia utilizado o serviço em São Paulo e decidi testar aqui na cidade. Fui bem atendido pelo motorista e recomendo. Espero que ele passe a ser permitido", afirmou o professor ao iBahia. Silva ainda revelou que gastava mais da metade com táxi para fazer o mesmo trecho e que teve um desconto por essa ter sido sua primeira viagem com o software.
A estudante de Direito Fernanda Araújo, 28, também elogiou o serviço, que utilizou para ser transportada da avenida Bonocô ao bairro do Comércio, no começo desse mês. "O interessante é que o motorista chegou bem rápido e ainda tive a oportunidade de acompanhar pelo celular se ele estava chegando para me buscar. Nunca fui de usar muito o táxi, mas me empolguei para saber como funcionava o Uber e gostei", contou.Em contato com o iBahia, a assessoria de comunicação do Uber revelou que o aplicativo conta com mais de 10 mil motoristas disponíveis e 1 milhão de usuários cadastrados nas 11 cidades brasileiras em que o serviço estão em operação. Em Salvador, o credenciamento de carros foi iniciado em março. A empresa não especificou a quantidade de carros disponíveis até o momento na capital baiana.O secretário da Semob, Fábio Mota, afirmou que a proibição do serviço na cidade segue a Leia Nacional de Mobilidade Urbana."São descritos na legislação apenas dois tipos de transporte privado de passageiros, que são os táxis convencionais e os executivos. Além do mais, Salvador, com uma frota de 6.950 táxis comuns e 200 executivos, já possui a quantidade de veículos adequada à população", pontuou.O titular da pasta também afirmou que não há previsão para a regulamentação do Uber na capital baiana: "Por enquanto, acreditamos que a frota atual atende perfeitamente as necessidades da cidade". Já o Uber afirmou que está "sempre em contato com todas as esferas do poder público".
Multa e apreensão O condutor que for flagrado realizando o transporte particular pode ser multado em R$ 240,50, o que equivale a 50 bandeiradas do táxi. Além disso, segundo a Semob, o motorista paga multa pela remoção do veículo, que varia de R$ 309,27 a R$ 804,09 (a depender do porte), e diária no pátio da Transalvador, que vai de R$ 49,48 a R$ 841,21.A primeira apreensão da pasta municipal de um veículo em serviço pelo aplicativo aconteceu no dia 8 de abril. O veículo, um HB20 Sedan, foi detido pelos fiscais em operação contra os clandestinos montada na região do Dique do Tororó. Neste caso, o motorista conduziu o veículo até o pátio de forma espontânea, após ser flagrado praticando o crime, e não teve que pagar pela remoção. O portal entrou em contato com alguns motoristas que são oferecidos pelo aplicativo, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.'Preço dinâmico' Uber e queixas de usuáriosApesar da novidade e da promessa de menos custo em transporte, o Uber não é só flores, segundo alguns usuários. Para momentos de alta demanda, a empresa criou o preço dinâmico. Ou seja, o valor da corrida chega a ser triplicado. De acordo com o aplicativo, esta é a estratégia para estimular o aumento do número de motoristas. "Usei o Uber pela primeira vez no Recife. Sem muita experiência, paguei R$60 corrida que deveria sair por R$20. A cada cinco minutos, o valor altera, podendo aumentar, diminuir ou voltar ao normal. Para quem tem compromisso e precisa chegar no horário, não dá pra ficar esperando o preço cair. Eu peguei um táxi", conta Rafael Sena, editor-chefe do Portal iBahia. Táxi x UberEm Salvador, os taxistas cobram bandeirada de R$ 4,81 somado ao valor da bandeira 1 (custando R$ 2,42 por km rodado) ou a bandeira 2 (R$ 3,38). No Uber, a tarifa base é de R$ 2,50 e o quilômetro rodado sai a R$ 1,21. Entre os requisitos dos carros estão que eles precisam ser novos (a partir de 2008), ter no mínimo quatro portas e possuir ar-condicionado. Além disso, o valor mínimo para utilizar o carro particular é de R$ 6.
De acordo com o Uber, a ideia é que os usuários possam conseguir um motorista pelo aplicativo em até cinco minutos e pontuou que os condutores não tem a obrigação de horários de trabalho. "Eles podem continuar com a rotina normal e trabalham como motoristas na hora que quiserem", afirma a empresa.*Sob supervisão de Rafael Sena
Apesar da "negativa" da Câmara dos Vereadores de Salvador, serviço segue operando na cidade. (Foto: Divulgação) |
Primeira apreensão de um carro da Uber aconteceu no dia seguinte do início do serviço na cidade (Foto: Divulgação/ Agecom) |
Foto: Reprodução/ Aplicativo Uber |
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Redação iBahia
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