A médica Kátia Vargas seria ouvida na manhã desta sexta-feira (29) na primeira audiência de instrução no Fórum Criminal do Tribunal de Justiça, em Sussuarana, mas foi liberada pelo juiz. A médica chegou a deixar o Conjunto Penal Feminino, do Complexo Penitenciário da Mata Escura, onde está presa desde o dia 17 de outubro. Veja também "Pegaram ela para Cristo", diz marido da médica Kátia Vargas A Defesa da médica argumentou que teve acesso ao laudo na noite desta quinta-feira (28) e que não houve tempo hábil para analisar o documento. Apesar de a médica não estar presente, a audiência seguirá e 16 pessoas devem ser ouvidas ainda hoje. Do total, oito testemunhas são de defesa e as demais são pessoas que se apresentaram espontaneamente na delegacia e que foram sugeridas pelo Ministério Público. Ela é apontada como responsável por causar o acidente que matou os irmãos Emanuel e Emanuelle Gomes no dia 11 de outubro. Kátia foi novamente encaminhada para o presídio e deve voltar para uma nova audiência nos próximos 15 dias Processo No dia 18 de outubro, a oftalmologista Kátia Vargas foi indiciada por duplo homicídio triplamente qualificado – três dias depois, a 7ª Delegacia (Rio Vermelho) recebeu o laudo das imagens das câmeras. No dia 25, o MP ofereceu a denúncia. Ontem um novo laudo do Departamento de Polícia Técnica (DPT) que foi juntado aos autos do processo referente ao acidente que vitimou os irmãos Emanuel e Emanuelle concluindo que a conduta imprópria da médica Kátia Vargas causou o acidente. De acordo com o documento produzido pela Coordenação de Perícias em Veículos, "por conduzir seu veículo sem a devida atenção e os cuidados indispensáveis à segurança do trânsito, obstruindo a corrente de tráfego da motocicleta" a médica teria levado a moto dos irmãos a colidir com o poste, na avenida Oceânica.
O objetivo da perícia realizada pelo DPT no local do crime foi comparar os resíduos de substâncias do capacete e moto dos irmãos com a grade do hotel e determinar a causa do acidente. Segundo Daniel Keller, advogado da família das vítimas, a defesa da médica se precipitou e levou em consideração apenas o laudo das imagens produzido pela Coordenação de Perícias em Audiovisuais ao afirmar que não houve impacto entre o Sorento de Kátia e a motocicleta.
Para Ségio Habib, advogado de Kátia Vargas, o laudo contradiz a denúncia do Ministério Público. "O laudo está dizendo que o crime foi culposo e não doloso, que ela foi negligente e não que teve intenção de matar", declarou. Sobre o impacto entre o carro da médica e a moto dos irmãos, o advogado da defesa acredita que não passa de presunção dos peritos e que sem as imagens nada pode ser afirmado. Já na noite de quarta (27), o laudo oficial da perícia das imagens captadas no local do acidente que foi juntado aos autos do processo conclui que “o momento exato do contato entre os veículos” não foi registrado. A presença de árvores entre a câmera e os veículos no momento do acidente tornam as imagens inconclusivas e não comprovam que houve o choque entre a moto e o carro conduzido pela médica, ainda segundo o laudo.
Em outros dois laudos periciais da Polícia Civil, produzidos pela Coordenação de Engenharia Legal, foi constatado também que os danos verificados na moto conduzida por Emanuel “são típicos daqueles produzidos pelo impacto de veículo contra obstáculo fixo” e que o carro de Kátia "encontrava-se em condições normais de tráfego".
Conclusão do novo laudo diz que "conduta imprópria" de Kátia Vargas causou o acidente |
Kátia Vargas voltou para o complexo penitenciário |
Perícia analisou resíduos de substâncias do capacete |
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