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Ex-integrante da Legião Urbana é morador de rua

Renato Rocha gastou todo o dinheiro que ganhou na banda, mas não perde a esperança de voltar aos palcos como baixista

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26/03/2012 às 12:03 • Atualizada em 28/08/2022 às 7:00 - há XX semanas
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Dado Villa-Lobos, Renato Russo (atrás), Marcelo Bonfá e Renato Rocha (frente) na capa do álbum 'Que País É Este'
Do estrelato a uma vida anônima, perambulando pelas ruas do Rio de Janeiro. Assim Renato Rocha, ex-baixista da Legião Urbana, banda de sucesso liderada pelo músico Renato Russo (1960-1996), passa seus dias. Com quase 51 anos, ele é morador de rua há cinco. Em entrevista concedida ao Domingo Espetacular, da Rede Record, o antigo astro nem de longe lembra o 'Negrete', apelido pelo qual era conhecido, da época áurea do grupo formado pelos garotos de Brasília. Como chegou às ruas, nem Renato sabe, mas assume os excessos no uso de álcool e outras drogas mais 'pesadas'. Com fama de 'brigão', ele foi membro da facção hardcore dos punks na década de 1980. Mas, apesar de todos os problemas vividos, 'negrete' ajudou a compor letras inesquecíveis como Eduardo e Mônica e Geração Coca-Cola, sucessos eternos da Legião Urbana. Veja mais: Marcelo Bonfá fala sobre ex-integrante da Legião Urbana que virou morador de rua Renato Rocha fez parte da formação original do grupo e participou dos três primeiros discos: 'Legião Urbana' (1985), 'Dois' (1986) e 'Que País É Este' (1987). Ao lado de Renato Russo, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, ele fez fama, ganhou dinheiro e reconhecimento. Mas as drogas e o comportamento rebelde culminaram em sua expulsão da banda. Na época, Dado Villa-lobos explicou, em entrevista, os motivos que fizeram Renato Russo tomar essa decisão. "Basicamente ele saiu porque era muito louco. Ele perdia um vôo aqui, um ensaio ali, até que chegou um dia que a gente disse 'chega' e ele teve que sair", contou.
Renato Rocha em foto da década de 1980 e hoje (reprodução TV Record)
Desentendimentos
Renato Rocha revelou que os integrantes da Legião Urbana não eram amigos
Em uma entrevista concedida a Luis Pimentel, blogueiro do Papolog, no início dos anos 2000, Renato mostrou muito rancor ao falar dos antigos colegas. "O Renato Russo saiu do elevador e falou: 'Você está fora da minha banda'. A gente ia assinar o contrato do Quatro Estações. Estávamos no prédio da EMI. Ai eu falei pra ele: 'Cara, se você me apontar o dedo eu torço seu braço'. Fiquei na minha, puto, mas sabia que não era uma coisa do Renato, que era coisa dos dois perobinhas (Dado e Bonfá)", afirmou. Mas parece que depois de tantos anos, a raiva deu espaço apenas para a saudade dos tempos áureos. Na reportagem do Domingo Espetacular, Renato falou apenas que os integrantes da Legião não eram amigos, muito menos unidos. Ainda na ativa, os músicos Dado e Bonfá preferem não falar sobre o ex-companheiro. O primeiro é produtor, continua tocando e compôs trilhas sonoras para diversos filmes, entre eles O Homem do Ano e Bufo & Spallanzani. O segundo, lançou seu último álbum solo, Mobile, em 2007, mas continua fazendo shows. SobrevivênciaNas ruas, Renato Rocha sobrevive apenas com o dinheiro pago pelo Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD). "Nunca fui um bom escritor, mas tinha idéias e falava para o Renato e ele escrevia", explicou. Mas ele reclama que o valor recebido é muito pouco: "Como é que pode um disco vender mais de 12 milhões de cópias e eu ficar na rua?". De acordo com informações do ECAD, nos últimos dez anos, ele recebeu R$109.953,53, cerca de R$916 por mês. Depois que saiu da Legião Urbana, Renato casou e teve dois filhos: uma menina, hoje com 13 anos, e um menino, de 11. Mas há alguns anos, ele perdeu o contato com a ex-esposa e com as crianças. Emocionado, ele mostrou o interesse em procurá-los. De acordo com seu pai, Sebastião Rocha, foi a separação que o fez cair no mundo do vício e se afastar dos amigos e da família. Ele contou ainda que, na época que Renato fazia sucesso na Legião, aconselhou o filho a guardar e investir parte do dinheiro que ganhava, mas recebeu a seguinte resposta: "Dinheiro é para gastar". Diante disso, nada mais ele pode fazer. EsperançaNas ruas, o músico, que fez parte da banda que marcou toda uma geração, ainda é reconhecido por fãs. Mas o reconhecimento não passa de pedidos de autógrafos e cordiais apertos de mãos. Apesar dos vários anos longe dos holofotes, Renato Rocha confessa o sonho de voltar aos palcos: "Gostaria de voltar a tocar. Se aparecer uma banda, estou aqui". Há cerda de três meses comprou um contrabaixo, que faz questão de tocar, mas o desempenho, visivelmente, não é o mesmo. Mas todas essas dificuldades, certamente, apenas fazem parte de mais uma 'faixa' do disco da vida de Renato Rocha, que não perde a esperança, companheira fiel de todos os brasileiros. Veja o clipe da música Que País é Esse?, com Renato Rocha ainda na banda:[youtube Tt4j1WuqpQU]

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