Melhorar a segurança alimentar e nutricional é "essencial" para se alcançar toda a Agenda 2030
Foto: FAO
A Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou na sexta-feira, 1º de abril, a Década de Ação da ONU para Nutrição entre 2016 e 2025. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) saudou a decisão, que chamou de "grande passo para mobilizar ação em torno da redução da fome e melhora da nutrição em todo o mundo".
Atualmente, cerca de 800 milhões de pessoas permanecem "cronicamente subnutridas" e mais de 2 bilhões têm deficiências de micronutrientes. Ainda segundo a FAO, aproximadamente 159 milhões de crianças com menos de 5 anos de idade sofrem de nanismo e cerca de 50 milhões de menores na mesma faixa etária têm baixo peso para sua altura.
Ao mesmo tempo, outras 1,9 bilhão de pessoas estão acima do peso, e 600 milhões destas são obesas. Além disso, a incidência de pessoas com sobrepeso está aumentando em quase todos os países.
Para a agência da ONU, a resolução desta sexta-feira reconhece a "necessidade de erradicar a fome e prevenir todas as formas de desnutrição em todo o mundo".
Implementação
O documento pede à FAO e à Organização Mundial da Saúde (OMS) que liderem a implementação da década em colaboração com o Programa Mundial de Alimentos (PMA), o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (Ifad) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
A iniciativa também deve envolver mecanismos de coordenação como o Comitê das Nações Unidas para a Nutrição e plataformas multissetoriais como o Comitê sobre Segurança Alimentar Mundial.
O texto também faz um convite à participação ativa de governos nacionais, sociedade civil, setor privado e academia, entre outros.
Desenvolvimento sustentável
Para o chefe da FAO, José Graziano da Silva, esta resolução coloca a nutrição no "coração do desenvolvimento sustentável" e reconhece que melhorar a segurança alimentar e nutricional é "essencial" para se alcançar toda a Agenda 2030.
Graziano da Silva destacou que crianças não podem aproveitar os benefícios da educação se não obtiverem os nutrientes que precisam. Para ele, as economias emergentes não alcançarão todo o seu potencial se seus trabalhadores estiverem sempre cansados porque suas dietas não são balanceadas.
Elementos cruciais
Ao apresentar a resolução, que foi co-patrocinada por 30 Estados-membros, o embaixador do Brasil junto à ONU, Antonio Patriota, considerou a Década uma grande oportunidade para reunir iniciativas para erradicar a fome e prevenir todas as formas de desnutrição, segundo ele, elementos cruciais da Agenda 2030.
A resolução também endossa a Declaração de Roma sobre Nutrição e a Plataforma de Ação adotadas durante a Segunda Conferência Internacional sobre Nutrição (Icn2), organizada pela FAO e OMS em novembro de 2014.
(Por Laura Gelbert, da Rádio ONU)
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