A segunda edição do Festival de Teatro do Interior da Bahia contará com 12 montagens que irão compor a programação do Festival, em temporada nas cidades de Ilhéus, Juazeiro e Camaçari, entre 14 de fevereiro e 19 de março. A iniciativa, realizada em parceria com o Prêmio Braskem de Teatro, tem como proposta fomentar a produção teatral no interior baiano. Conheça as peças selecionadas.
Matraga: Do Grupo Conto em Cena, de Feira de Santana, é um espetáculo adaptado da obra A hora e a vez de Augusto Matraga, de Guimarães Rosa. Relata a saga de um homem – o maior valentão e temido do lugar – em busca de sua redenção. Após uma surra, que quase o levou à morte, ele acredita que sua hora de entrar no céu irá chegar e, através da fé, da comunhão e do trabalho, busca a regeneração dos seus pecados. É uma história de grandes reflexões sobre a vida. É a demonstração da capacidade de mudança do ser humano.
O Santo e a Porca: Dirigida por Ivana Nistico, a peça conta a história de um velho avarento conhecido como Euricão Arábe. O protagonista é devoto de Santo Antônio e guarda as economias de toda a vida numa porca de madeira. Adaptada da obra escrita por Ariano Suassuna, em 1957, a trama mistura o religioso e o profano. Aproxima-se da literatura de cordel e dos folguedos populares do Nordeste, numa comédia em três atos. Essa é a primeira montagem da Cia. Acordada, núcleo de teatro do Circo da Lua, de Ilhéus, e traz como diferencial a inserção das máscaras da commedia dell’arte e uma trilha sonora autoral e ao vivo.
Pariré: É uma montagem da Cia OperaKata, de Vitória da Conquista. De forma poética e bem humorada traz para cena aquilo que já é constituído, estabelecido não pela relação do encontro entre indivíduos em si, mas pela construção de um jogo de projeções e expectativas. A construção de um “não- ser” a partir do que se é desejado, programado a um conduzir-se a ser. Duas mulheres dividem o mesmo espaço. A primeira; uma velha que é mais uma mãe e que será mais uma avó. A segunda, uma moça que é mais uma filha e que será mais uma mãe. Ambas se constituem e se conduzem no presente pelo desejo do que já se espera para elas: Um próspero e já estabelecido futuro dele, o filho, o neto.
Trovinhas Na(f)talinas: Às vezes a memória é tratada como algo do passado, mas quando lembramos das coisas, muitas delas se tornam....um presente! Assim começa a apresentação de TROVINHAS NA(f)TALINAS, uma montagem do Coletivo Ciganas Cigarras e Cirandas, de Jequié. Traz uma série de versos estendidos num cordel, um varal, no qual lavadeiras misturam suas lembranças de infância e a memória de rimas e versos que constituem os contextos celebrativos comunitários em que viveram. Em formas de canto e dança tradicionais, em um momento uma delas recorda versos do ciclo natalino e uma pergunta desperta questões sobre o significado de suas ações: e se fosse hoje o primeiro dia de Natal? Ao final do espetáculo as atrizes passam a "mercar" seus livretos individuais ao defender sua singularidade presentes desde os títulos e conduzem assim a plateia a um participáculo.
Amor: O espetáculo apresenta a história de vida de Ana, uma mulher casada com um lar e uma vida familiar e social aparentemente estável e firme. Até que um dia, quando entra em um bonde, como de costume, para o cumprimento de suas atividades, depara-se com um homem cego que não para de mascar chicletes. Esse acontecimento desequilibra a personagem, deixando-a espantada e perplexa, fazendo-a entrar em contato com outra realidade diferente daquela em que vivia. “Amor” é uma montagem do Grupo Conto em Cena, de Feira de Santana.
O Candelabro: Uma produção da Cia Távola de Teatro, de Lauro de Freitas, o espetáculo O Candelabro é um solo teatral escrito por Duduzinho Nery, com atuação de Ruth Marinho. O espetáculo possui um tema provocante sobre a crueldade dos atos de violência que vitimam milhares de mulheres e revela a dimensão de aspectos que circundam as vidas de quem está diante desta situação. A peça se divide em lapsos de memória que marcam a vida de Maria Aurora, abordando os seus conflitos e o seu sofrimento, mostrando como em uma atitude transgressora ela consegue ser a sua própria luz. O Candelabro é fruto de uma pesquisa do autor no livro “Sobrevivi posso contar”, escrito por Maria da Penha Fernandes.
O Quinze: Um espetáculo teatral da Cia 1º Ato, de Juazeiro, O Quinze tem seu roteiro inspirado na obra homônima de Rachel de Queiroz. Exterioriza, através da metáfora teatral, o cenário emblemático da seca de 1915 e pelo romance da escritora cearense no inicio da década de 1930. Na adaptação, concebida pelo prof° Antonio Carlos dos Santos, os personagens principais passam a ser Cordulina, Chico Bento e sua família que munidos de desolação e desespero diante da seca, abandonam tudo em busca de uma esperança desconhecida – água, comida, mato verde, emprego.
A narração, caracterizada como o “eu onipresente” da autora, é representada pelo Campo de Concentração onde se encontram indivíduos desfigurados, maltratados, desalmados, vitimas da seca e suas diversas frustrações. A trilha sonora do espetáculo, executada ao vivo, traz o tom poético e denunciativo à montagem orquestrada pelo diretor Devilles, trata-se de uma costura harmoniosa entre a escrita de Rachel de Queiroz e releituras de composições de clássicos da Música Popular Brasileira.
Os Fogatas: Uma comédia de famílias para toda a família. A livre adaptação da Cia Cuca de Teatro, de Feira de Santana, inspirada no texto “Os Cigarras e os Formigas” de Maria Clara Machado conta a história de três famílias muito diferentes, Os Formigas, Os Cigarras e Os Batistas. Buliçosos vizinhos que se metem em planos, confusões com revelações, e até chegar a um final surpreendente.
A montagem realizada pela Cia Cuca de Teatro dá a possibilidade de apresentar uma trama com relações interpessoais. Um espetáculo que reúne as técnicas do palhaço, o teatro de animação em luvas e trilha musical ao vivo. As personagens representados pelas famílias dos Cigarras, Formigas e Batistas, além de suas vivências inusitadas, nos transmitem ideias sobre o respeito, as diferenças e a necessidade do diálogo para se estabelecer uma convivência mais harmoniosa entre os indivíduos.
A Cidade da Rua Direita: A Cidade da Rua Direita é um espetáculo emocionante e que mistura os fatos reais de personalidades famosas com a ficção de um herdeiro do município. Traz uma história que se passa na cidade de Feira de Santana dos anos 1930, onde, supostamente, um herdeiro dos fundadores da cidade chega reivindicando seus direitos de posse sobre as terras da rua direita (nome da antiga Rua Conselheiro Franco). Ao chegar nas terras, esse homem vai se deparando com personalidades feirenses que viveram na época, ao buscar informações à respeito da pessoa que pode o ajudar a resgatar sua herança. A cada nova persona encontrada, ele vai narrando seus fatos e grandes nomes da história da cidade e do Brasil vão sendo revelados, como Maria Quitéria, Lucas da Feira, Dom Pedro I e assim toda a confusão é estabelecida com muita música e humor.
As Lendas do Velho Chico: Um trabalho da Cia. de Teatro Mistura de Ibotirama, as Lendas do Velho Chico é um espetáculo que retrata os contos, histórias, causos e lendas de Ibotirama e outras cidades ribeirinhas que são banhadas pelo Rio São Francisco. Para fortalecer a cultura popular nas margens do Rio, o texto tem poemas em literatura de Cordel. Negro D’ Água – A Mulher de Sete Metros e o Vapor Encantado. Essas e muitas outras lendas, causos e histórias que passaram e passam de geração em geração, criadas ou não, são para ilustrar e enriquecer a importância do folclore e do meio ambiente nas regiões do vale do São Francisco, que agora serão contadas e ilustradas com a magia e o encanto que tem o teatro Ibotiramense cheio de músicas popular Brasileira.
Entre a Cruz, a Espada e a Estrada: A montagem do Grupo Caçuá de Teatro, de Vitória da Conquista, “Entre a Cruz, a Espada e a Estrada- Como nasce um Artista Sertanejo” é um solo do ator Marcelo Benigno. Um contador de histórias do Sertão relembra um cordel que fala sobre o sonho de cada um e o sonho de um artista teatral catingueiro, que para consolidar sua arte, resiste aos mais variados problemas e situações. Enfoca o ofício do ator, a cultura popular e sertaneja, o êxodo rural dos artistas do interior e a crença pessoal em sonhos e ideais.
O Caçuá originou-se na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia-UESB, no ano de 1998, com o projeto de extensão acadêmica Grupos de Arte da UESB. De lá pra cá, o grupo catingueiro tornou-se independente, reconhecido e premiado no interior baiano por seus espetáculos, projetos e ações na formação de atores e pesquisa com a cultura popular nordestina e sertaneja.
Raul, Lira e o Incrível Livro da Capa Azul: Uma produção do núcleo de montagem CazAzul, de Vitória da Conquista, com autoria e direção de Adriana Amorim. Tem como tema o universo da literatura e a importância da leitura para as crianças. A história trata, de forma lúdica e onírica, do conflito entre a relação das crianças com o mundo da imaginação e com os diferentes suportes tecnológicos, mais especificamente entre a internet (Netflix, Youtube, jogos eletrônicos) e o livro impresso.
Raul e Lira são dois primos que ficam com a vovó em casa enquanto suas mães trabalham. Como a avó não tem muita habilidade para brincar com as crianças, elas ficam muito tempo assistindo a filmes na Netflix e no Youtube. Um dia, quando a internet cai, os dois primos ficam sem saber o que fazer, até que encontram um baú da avó com um incrível livro da capa azul. O que haverá dentro desse misterioso livro sem título? Raul e Lira convidam o público a descobrir esse incrível mundo da imaginação e da criatividade.
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Redação iBahia
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