Amazongreen lança perfumes na Amazônia

Os produtos foram expostos durante a Rio+20/Foto: Thelma Vidales

A ideia de utilizar matérias-primas da floresta amazônica mudou a trajetória empresarial de Francisco Pontes de Aguiar. Depois de comandar por 19 anos, uma fábrica de medicamentos, o empreendedor decidiu adaptar sua linha de produção para cosméticos e fragâncias, na empresa Amazongreen. Os produtos foram expostos durante a Rio+20.

“Amazongreen é a realização de um sonho. Sempre fui um estudioso deste mercado e queria projetar a imagem da minha região, tendo a alta qualidade e a sofisticação como diferenciais”, explica o empresário à Agência Sebrae.

O Sebratec, programa de inovação tecnológica da instituição, foi um divisor de águas para o empreendimento. Aguiar procurou o Sebrae em 2008, um ano depois de iniciar o negócio. Ele buscou apoio para desenvolver embalagens sofisticadas e com identidade visual que reforçasse a qualidade dos produtos. “Sem o Sebraetec não teria como chegar a este resultado porque seriam necessários mais de R$ 800 mil, dinheiro que eu não tinha”, diz.

As embalagens inovam pelo apuro tátil e visual. A textura aveludada da folha de morototó reveste vidros de perfume. Há também caixas de marchetaria com restos de madeira colhidos na floresta e outras com imagens do cotidiano de índios e ribeirinhos reproduzidas em desenhos delicados com areia e gravetos. O próximo lançamento será a reprodução de vasos de cerâmica com o padrão de tribos indígenas paraenses da ilha do Marajó e da região do rio Tapajós. A coleta da matéria-prima é feita por sete comunidades ribeirinhas do Pará e do Amazonas, também capacitadas pela instituição.

A orientação do Sebrae valeu ao empresário o prêmio Finep, concedido pela Financiadora de Estudos e Projetos, do governo federal, em 2011. Como empresa vencedora da região Norte, a Amazongreen recebeu R$ 500 mil. “Já tenho duas franquias na capital paulista e em Curitiba (PA) e quero investir na expansão da minha marca porque sei que tenho produtos de qualidade que o consumidor de outras regiões está ávido para consumir”.