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O crime aconteceu na manhã da última terça-feira (21) |
O adolescente Railan Silva, de 17 anos, que foi morto na segunda-feira (21) dentro do prédio da Faculdade Área 1, situada na Avenida Paralela, foi sepultado às 16h desta quarta-feira (22) no cemitério Bosque da Paz. Após o enterro, em entrevista ao BATV, Anatildes Anunciação Santana, tia do garoto, afirmou que é necessário que isso seja investigado. "Queremos que tudo se esclareça. Ele foi tratado como um marginal,coisa que ele não é", contou. Em coletiva na tarde desta quarta-feira, a delegada Tâmara Ladeia, da 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico), disse que o adolescente foi visto abordando o policial com outra pessoa e que após entregar as chaves o PM teria reagido e atirado contra Railan.
Entenda o casoO crime aconteceu na manhã da última terça-feira (21) e o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) analisou imagens de oito câmeras do circuito interno de segurança da instituição tentando esclarecer os fatos que resultaram na morte de Railan da Silva Santana, 17 anos. Nas imagens, Railan aparece entrando pela portaria principal da faculdade às 8h44, com outro rapaz, ambos tranquilos, usando mochilas e aparentando ser estudantes. A mesma câmera registrou quando um homem entra depois, portando uma arma. Funcionários da faculdade foram ouvidos e não reconheceram nem Railan, nem o rapaz que o acompanhava, nem o homem armado como estudantes da instituição. Para a delegada Marilene Lima, do DHPP, é cedo para afirmar o que aconteceu. As imagens mostram quando Railan entra correndo, já ferido, em um banheiro no 2º subsolo do prédio da faculdade. A perícia encontrou um rastro de sangue partindo do estacionamento exclusivo para motos, no andar de cima, até o banheiro onde ele foi encontrado ferido. Ele tinha perto de si uma arma, que foi apreendida. Apesar disso, a polícia também não confirmou que ele tentou assaltar alguém no estacionamento. Railan chegou a ser socorrido para o Hospital Roberto Santos, mas já chegou sem vida. A delegada aguarda que análise mais detalhada das imagens mostre a saída do companheiro de Railan da faculdade.
Segurança Em entrevista ao
iBahia, alguns alunos da instituição se queixaram da falta de segurança no local e, alguns dizem ainda, que a coordenação da faculdade foi acionada e nada foi feito. A estudante de direito, Adriele Trindade, que frequenta a unidade há três anos, presenciou os momentos de confusão, quando muitos alunos começaram a correr quando ouviram os disparos. "Na hora, a gente estava no primeiro andar, ouvimos os quatro primeiros tiros, mas, até aí a gente a não tinha certeza se era tiro. Quando a gente ouviu os outros disparos, todo mundo saiu correndo, teve gente que ficou embaixo das mesas. Subimos para a biblioteca. Ficamos lá uns quarenta minutos, ouvimos os disparos quando os policiais chegaram", relata. Questionada sobre a segurança na unidade, Trindade disse que não é o primeiro caso de violência no local. " Não tem segurança nenhuma. Qualquer pessoa entra. Eles colocaram quatro catracas, mas só uma funciona, tem aluno que passa por baixo da catraca. No estacionamento qualquer um pode entrar. Não é a primeira vez que isso acontece. Já entraram pessoas lá para pedir dinheiro, dá mesma forma que é dinheiro, pode ser assalto. A gente paga caro, espero que eles tomem uma providência" afirma. Uma outra estudante Direito, que não quis se identificar, disse que não tem policiamento nas imediações da faculdade e que os seguranças não fazem suas funções de forma adequada. " Desde quando estou lá, é a segunda vez que vejo um assalto. A primeira vez foi no começo do ano. Lá não tem segurança nenhuma. Esse ano colocaram catracas, mas que não funcionam. Atrás da faculdade tem um terreno baldio, qualquer pessoa pode ter acesso ao estacionamento. Quem está sem cartão, pode passar por baixo da catraca. Não tem segurança", reclama. Um estudante de Engenharia Ambiental, que preferiu não ter o nome revelado, disse que tem aulas na unidade há cinco anos e que sempre enfrentou problemas de segurança, sobretudo, em um dos caminhos que dá acesso ao local. " Quem passa pelo Extra (supermercado) já foi assaltado várias vezes. Essas catracas que eles instalaram não controlam quem entra na faculdade", afirma o aluno.